A FOLHA DE SÃO PAULO não tem esse nome à toa, FOLHA: como “folha”, balança ao sabor dos ventos, da grana, venha de onde vier. Mas, a grana da “folha” é sempre mais bem vinda se vem da DIREITA que ela sempre apoiou.
A “folha” vende-se por qualquer ideia que alimente seu ideário conservador, quase fascista, desde há muitos e muitos anos.
E, como todo trombudo fascistoide, faz jaça com todos, mas não admite que façam troça com seus trocados: aqui, não! Somos honestos filhos da ditadura, trombuda, séria e não admitimos que nos acusem do que sempre fizemos: aplaudir (e até) prestar auxílio (cedendo viaturas) aos que torturaram, mataram e sodomizaram a Nação – parece dizer o processo que a “famigerada folha” move contra um blog que tirou sarro de sua vetusta direitice e caretice e idiotice. Finge defender a democracia, mas é na verdade o arauto da forças de direita e, por isso, folha que é, ao vento é “falsa folha”, representante de um tipo de mídia que se tem propagado: a mídia que teme perder privilégios (conquistados à custa da bajulação da ditadura, que “falsa folha” chama de “ditabranda”), quando se fala em “controle social da mídia”, que devia ser muito mais rígida do que está sendo veiculado.
Já estou cheio de ver jornalões familiares, empresas de comunicação que passam de pai para filho, sempre com as mesmas ideias, sempre com a mesma ladainha – só pode governar o País os seus eleitos, não os eleitos do povo. O povo, para essa “gente” (essa, sim, é que é “gente diferenciada”) é burro, não sabe votar.
Chega!
Pau na moleira dos clãs da mídia, dos “donos da verdade”, dos que pregam a ética e só falam mentiras, dos que distorcem os fatos não porque são míopes, mas porque são, sempre, sempre e sempre, mal intencionados!
Para entender do que estamos falando, leia a reportagem abaixo, tirada do BLOG DA DILMA:
O caso Folha x Falha, por Paulo Pimenta
Por que a imprensa pode fazer piadas com a sociedade e nós somos proibidos de fazer com ela?
O caso da ação judicial movido pelo jornal Folha de S. Paulo contra os irmãos Lino e Mario Bocchini é exemplar para provocar uma reflexão sobre os limites éticos do debate da liberdade de expressão sob o ponto de vista de setores importantes da mídia tradicional. Os irmãos Bocchini criaram o blog Falha de S.Paulo, espaço irreverente e descontraído de análise e críticas de matérias e conteúdos veiculados no tradicional diário paulista.
Como paródia, naturalmente, o blog é “uma obra literária que imita outra obra literária”, evidentemente que em tom caricato com “objetivo jocoso ou satírico”, segundo o dicionário Houaiss. Observa-se aqui com nitidez aquilo que classifico como uma característica marcante da mídia tradicional e conservadora do Brasil. A seletividade na abordagem dos temas ou como analisar temas semelhantes de maneira distinta a partir dos interesses que estão em jogo, propondo-se a criar indicativos no leitor/telespectador sobre a relevância dos acontecimentos e os fatos essenciais para o seu comportamento no meio social, não só refletindo, mas também reconstruindo a própria realidade, ao gosto dos grandes empresários da comunicação deste país. Verifica-se, assim, o papel ideológico representado pela mídia tradicional, atuando em favor da manutenção da preeminência ideológica dominante.
No processo eleitoral de 2010, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) questionou no Supremo Tribunal Federal a proibição de fazer sátiras a políticos durante a campanha. Acertadamente, o STF liberou o uso de sátiras e manifestações de humor contra políticos, acatando proposta da Abert. “O riso e o humor são expressões renovadores, de estímulo à prática da cidadania. O riso e o humor são transformadores, saudavelmente subversivos, são esclarecedores e reveladores, e, por isso, são temidos pelos detentores do poder”, afirmou no julgamento o ministro Celso de Mello.
No mesmo julgamento, Gustavo Binenbojn, advogado da Abert, destacou: “a sátira e o humor são formas consagradas de manifestação artística e crítica política. O advogado da Abert reforçou ainda a tese da entidade de que a proibição do humor causa “grave efeito silenciador”.
No episódio em que a atriz Juliana Paes move processo contra José Simão, colunista da Folha de S. Paulo, a advogada do jornal, Tais Gasparin, a mesma que agora assina a ação contra o blog Falha de S.Paulo, alega: “tratar o humor como ilícito, no fim das contas, é a mesma coisa que censura”. A Folha de S. Paulo, que apoiou a ditadura no Brasil, mantém-se, nesse episódio do blog Falha, coerente ao seu passado, mas em contradição com seu discurso atual de defesa da liberdade de expressão no país. De qual Folha estamos falando?
Seguindo a defesa da Folha, o Casseta & Planeta, Pânico na TV, CQC estariam impedidos de utilizar a paródia como instrumento de crítica humorística, que “se valem de elementos visuais de importantes personalidades públicas para identificação pelos telespectadores”. É o que dizer então do fato do cartunista Ziraldo ter criado a revista “Bundas”, como paródia da revista “Caras”, ou em plena ditadura o jornal O Pasquim referir-se ao jornal O Globo como “The Globe”. Não há registro de terem sido censurados ou de tentativa de censura.
Por fim, é curioso observar também que a MTV Brasil em três oportunidades no dia 28 de junho levou ao ar o logotipo idêntico usado pelo blog Falha de S.Paulo que satiriza o jornal Folha de S. Paulo, que foi proibido pela justiça, no mesmo contexto (paródia) sem que nenhuma ação fosse movida contra o Grupo Abril, dona da MTV Brasil, revelando mais uma vez que a imprensa pode fazer piada com ela mesma, a sociedade não. Lobo não come lobo, já diz um velho ditado popular.
Não há dúvidas, portanto, que a ação contra o blog Falha de S.Paulo é um recado a todos os blogueiros, sites, tuiteiros e qualquer outro tipo de protagonismo possível que as novas tecnologias têm permitido aos cidadãos e à sociedade civil de romper com lógica vertical da comunicação. “Liberdade de expressão é bom, é um princípio, mas não para vocês. O monopólio da informação e da livre manifestação do pensamento é nosso, e qualquer tipo de crítica será censurado. E se possível, ainda queremos, buscar uma indenização daqueles que insistirem em nos desafiar”.
Paulo Pimenta é jornalista e deputado federal pelo PT-RS
http://dilma13.blogspot.com/2011/09/o-caso-folha-x-falha-por-paulo-pimenta.html