ESTE BLOG EXISTE para deixar bem claro à imprensa golpista, o PIG, e à direita hidrófoba que há gente de olho neles!

sábado, 31 de julho de 2010

Lendas tucanas


Nota do blog:


OS TUCANOS INSISTEM EM DIZER QUE O GOVERNO LULA É CONTINUAÇÃO DO GOVERNO FHC. GROSSA MENTIRA, QUE O ARTIGO ABAIXO DESMONTA, COM CLAREZA:

1. – Luiz Gonzaga Belluzzo: “A combinação entre câmbio valorizado e juros altos, mantida a ferro e fogo [pelo governo FHC], lançou a economia brasileira numa trajetória de crescimento medíocre”.


2. – O resultado da política macroeconômica de FHC, consubstanciada no Plano Real, significou a elevação da taxa de desemprego nas grandes regiões metropolitanas do País, de 12% em 1994 (governo Itamar), para 19%! O salário médio real caiu 15% nos últimos 5 anos da ‘Era tucana’.


3. – Outra consequência da política macroeconômica do PSDB foi o fato de que sua orgia privatista significou uma elevação no preço da energia elétrica 72,4% acima da inflação. As tarifas de telefone – verdadeiro escândalo – subiram 328% (acima da inflação!).


4. – O Plano Real atrelou nossa economia à norte-americana com conseqüências nefastas: especulação financeira desenfreada e importação de mercadorias que atingiram o paroxismo, desempregando milhões de trabalhadores brasileiros. A Dívida Pública foi parar na estratosfera. FHC mudou a Constituição Federal para que o patrimônio nacional – público e privado – pudesse ser em grande parte açambarcado por monopólios estrangeiros. Não é por outro motivo que hoje as multinacionais estão como abutres rondando o pré-sal – com a ajuda dos parlamentares do PSDB.


5. – Os tucanos dizem que o Plano Real ‘estabilizou’ a economia. Ora, durante a ‘Era FHC’ o Brasil teve de recorrer três vezes ao FMI, aumentando consideravelmente nossa vulnerabilidade externa. A dívida pública pulou de R$ 61,3 bilhões para R$ 623,2 bilhões; a dívida externa passou de US$ 128 bilhões para US$ 280 bilhões. Pergunto, que “estabilidade” é essa que pauperiza a população e privilegia os banqueiros nacionais e internacionais?


6. – O governo neoliberal do PSDB conseguiu entregar para os interesses externos quase todas as empresas nacionais estratégicas. Vendeu 88 delas ao preço de U$ 100 bilhões (só a Vale do Rio Doce valia US$ 130 bilhões!!). Qual a vantagem? Nenhuma! Não só não houve qualquer investimento social – em saúde ou Educação, por exemplo – como não houve abatimento da dívida, que é para onde teria ido o dinheiro.


7. – Por último, de 1995 a 2000 os tucanos desnacionalizaram 1.100 empresas privadas. Jamais, em tempo algum, as remessas de lucros – verdadeira sangria de nossas riquezas – para as potências centrais alcançaram valores tão exorbitantes, empobrecendo o País e o povo.


Moral da história:


Não há termo de comparação entre as políticas macroeconômicas de FHC – de desmonte do Estado brasileiro – e a de Lula, de fortalecimento desse mesmo Estado. Esta política teve, inclusive, o mérito de romper com o FMI, que nos escravizava, e de promover a inclusão social de mais de 20 milhões de brasileiros, ganhando manchetes na mídia europeia.


Em síntese, o que se observa é mais um grande equívoco de tucanos que vivem afirmando ainda que ‘o presidente Lula nunca teve projeto para o País’: absolutamente!


Quem realmente tem um projeto de Nação é o governo deste presidente operário – Lula da Silva – cuja postura tem sido de estadista, diferentemente de FHC.


Daí, a insistência dos udenistas de plantão na construção dessas lendas tucanas.

Emerson Leal – Doutor em Física Atômica e Molecular e vice-prefeito de São Carlos.



SET/2009.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Serra adere às Farc, usa o terror e cai na extrema direita




NOTA DO BLOG:

As máscaras caem. A tentativa de relacionar PT/GOVERNO/FARC não passa de jogo estúpido da direita hidrófoba. Com Serra – aquele que, um dia, lutou contra a ditadura – falando bobagens ou deixando que o Cacique Merendinha – o tal Índio da Costa – destile sua verve verde de raiva dos velhos arenistas de plantão: morrem, sim, os velhos, mas os novos herdam os genes.

Bem, leiam o que o Paulo Henrique Amorim escreveu no Conversa Afiada:

Publicado em 20/07/2010





O Serra é a Veja. A Veja é o Serra

Funciona assim o cilojismo do jenio (revisor, por favor, deixe-me em paz !):
O PT se ligou nas Farc.
As Farc se ligam no narcotráfico.
Logo, o PT está no narcotráfico.
Serra aderiu ao terror dos DEMOS.
O jenio caiu no colo da extrema direita do espectro político brasileiro.
É um velho truque.
Segundo a Folha (*), na pág. A4, “o PSDB já utilizou essa acusação na eleição de 2002” (quando Lula deu uma surra no Serra por 61% a 39%).
Da mesma forma, na eleição de 2002, o jenio ameaçou: o Brasil vai se tornar uma Argentina.
E levou a Regina Duarte para ter medo no horário eleitoral.
O jenio não é FHC.
Não é Lula.
Não produziu nessa campanha uma única idéia que preste.
Ele aparentemente não é nada.
Mas, não existe o “nada”.
Clique aqui para ler “A loucura do Serra tem uma lógica”.
Por isso, ele caiu no leito mais acolhedor: o dos DEMOS.
A novidade é que o jenio agora usa esse vice de marionete.
Mas, vai ser difícil continuar a usar esse vice de porta-voz.
Quem o leva a sério ?
Com certeza, o jenio continuará a se valer da verdadeira oposição: o PiG (**).
O PiG fala por ele.
Como diz o Gilson Caroni, no Vermelho: o Serra quer criar uma ditadura mediática.
A Veja fala por ele, há muito tempo.
O Conversa Afiada já demonstrou que o Serra é o Eleito da Veja, porque é “a elite da elite”.
Está no livro – excelente – de Carla Luciana Silva – clique aqui para ler o post que tratou dela.
A Veja, a última flor do Fáscio, foi quem levantou a bola da “ligação” do Lula com as Farc.
Uma pergunta sobre a ligação do Lula com as Farc foi motivo de uma das poucas explosões do Lula com um entrevistador.
Boris Casoy, que trava reveladora polêmica com garis, foi o autor da pergunta.
Serra é o Boris revisitado.
E a Veja faz o papel sujo para o Serra.
Que o vice agora tenta acompanhar, como uma paródia de programa de calouros.
Onde foi parar o jenio, o “economista competente”, o mais “consistente” ?
Onde foi parar o “criador” dos genéricos ?
Clique aqui para ler o que a Dilma disse do Jamil Haddad, verdadeiro pai dos genéricos, e a tentativa do Serra de surripiá-lo.
O jenio também criou o programa antiaids do Jatene.
O FAT do Jorge Uequed.
Será que ele sempre esteve lá, na extrema direita, e o Jango não sabia ?
O Ciro é quem sabe do Serra: o Serra não tem escrúpulos; se preciso for, passa com um trator por cima da mãe.

Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Decifrando o Datafolha

NOTA DO BLOG



Por que o Datafolha, em sua última pesquisa, dá empate técnico entre Dilma e Serra, enquanto o Vox Populi dá oito pontos de diferença entre os dois, com vantagem para Dilma? Será que há algo de podre no reino do Datafolha (para alguns, Datafalha)?

Acho que é melhor você ler o artigo abaixo, tirado do LUIS NASSIF ONLINE:


http://www.advivo.com.br/luisnassif


Decifrando o Datafolha


Enviado por luisnassif, dom, 25/07/2010






(PIG em pele de carneiro: cuidado!!!!!!!!)




Conversei agora há pouco com Marcos Coimbra, do Vox Populi, para entender as discrepâncias entre os dados do Vox e do Datafolha e tirar as dúvidas finais sobre o tema.


A explicação é claríssima.


Dentre os diversos cortes a serem feitos no universo dos entrevistados, um deles é entre os com telefone e os sem telefone.


No caso do Vox Populi, as pesquisas pegam todo o universo de eleitores. No caso do Datafolha, há um filtro: só se aceitam entrevistados que tenham ou telefone fixo ou celular.


Há algumas razões de ordem metodológica por trás dessa diferença.


A pesquisa consiste de duas etapas. Na primeira, os entrevistadores preenchem os questionários com os entrevistados. Na segunda, há um trabalho de checagem em campo, para conferir se o pesquisador trabalhou direito.



No caso Vox Populi, o entrevistador vai até à casa do entrevistado. A checagem é simples. Sorteia-se uma quantidade xis de casas pesquisadas e o fiscal vai até lá, conferir se o entrevistado existe, se as respostas são corretas.


No caso Datafolha, é impossível. Por questão de economia, o Datafolha optou por entrevistar pessoas em pontos de afluxo. Como conferir, então, se o pesquisador entrevistou corretamente, se não inventou entrevistados?


Em geral, um pesquisador consegue fazer bem 20 entrevistas por dia. O Datafolha anunciou ter realizado 10.000 pesquisas em dois dias, 5.000 por dia. Dividido por 20, são 250 entrevistadores. Como conferir a consistência dos questionários? Só se tiver o telefone no questionário.


É por aí que o Datafolha escorrega. O campo telefone é de preenchimento obrigatório. Com isso, fica de fora uma amostragem equivalente a todos os sem-telefone.


Segundo Marcos Coimbra, do universo pesquisado pelo Vox Populi, 30% não têm telefone nem fixo nem celular. Se se fizer um corte dos entrevistados, para o universo dos que têm telefone, os resultados do Datafolha batem com os do Vox Populi – diferença de 1 ponto apenas.


Quando entram os sem-telefone, Dilma dispara e aí aparece a diferença.


É possível que, mesmo telefone sendo de preenchimento obrigatório, o Datafolha inclua os sem-telefones? A resposta tem que vir do Datafolha.


Se não incluir, está explicada a difença, o que compromete mais uma vez a reputação técnica do Instituto. Se diz que inclui, o caso pode ser mais grave e escapar das diferenças metodológicas.

As fábulas sobre Dilma, e o erro de menosprezar Serra e a velha mídia


Introdução do Blog:

“Acabo de ler no Estadão, a coluna assinada por Carlos Alberto di Franco: “Sem luz própria, ela (Dilma) é apenas um elo no projeto autoritário de poder do presidente”. E segue por aí o ‘ilustre’ articulista, para defender claramente a candidatura tucana. Ah, e afirma claramente no primeiro parágrafo que é falso o dogma da imparcialidade da mídia, ou seja, defende de forma óbvia as posições do PIG. Então, “é preciso estar atento e forte”, porque “o preço da liberdade é a eterna vigilância” e o preço de termos um governo realmente democrático (e não autoritário, como acusa o articulista) é não descansar nunca em defesa de um ideário político avançado, este que está mudando o Brasil."









Leiam o artigo abaixo, retirado do site de CARTA CAPITAL:

http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=7351


22/07/2010 11:57:44


Por Rodrigo Vianna*



Os políticos tucanos e parte de seu eleitorado - especialmente os leitores mais desavisados de “Veja”, “O Globo” e outros que tais – aparentemente acreditaram em algumas fábulas sobre Dilma, espalhadas por “colunistas” e “analistas” durante a primeira fase de campanha (que se encerrou pouco antes da Copa do Mundo):



- ela não tem brilho próprio;

- ela não saberá se portar durante uma campanha, longe das asas de Lula.

- ela não conseguirá colar no prestígio de Lula e terá enorme dificuldade para passar de 15% nas pesquisas.



Tudo isso se mostrou falso. Os tucanos menosprezaram Dilma. E agora engrossam as o discurso terrorista de campanha, para tentar recuperar o terreno perdido.



Entre os petistas, de outro lado, há quem ameace embarcar na mesma trilha. Espalham-se em alguns setores, digamos, mais “militantes”, fábulas sobre a candidatura Serra e seus aliados:



- Serra é um néscio, que não sabe o que faz;

- a campanha terrorista de Serra e seus aliados midiáticos não terá nenhum efeito;

- a mídia tradicional deixou de ter importância, e não terá força para impedir a vitória inexorável de Dilma.



Trata-se de um erro grave menosprezar os adversários.



Ainda mais, adversários que não tem alternativa.



Serra, derrotado, encerra a carreira (mesmo que o PSDB ganhe em São Paulo, o serrismo será varrido do mapa num possível governo estadual de Alckmin).



Portanto, para o candidato tucano, trata-se de ganhar ou ganhar.



Alguns enxergam na tática serrista do terrorismo (FARC, narcotráfico etc) um puro sinal de desespero. É bem mais do que isso.



Nos últimos meses, todos nós fomos bombardeados por emails lembrando o “passado terrorista de Dilma”. Foi algo disseminado de forma profissional, deliberada.



Antes disso, a “Folha” já se havia prestado ao serviço de estampar a ficha falsa da candidata, em primeira página.



Portanto, a atual fase de campanha (associar PT e Dilma às FARC) é apenas o desdobramento lógico das fases anteriores. Não é algo improvisado…



Isso basta pra ganhar eleição? Não. Ainda mais num cenário em que o PT conta com um presidente aprovado por quase 80% do eleitorado.



Mas o terrorismo eleitoral pode ser importante para consolidar o voto anti-petista. Com isso, Serra pode garantir de 25% a 30% do eleitorado. O risco é que esses ataques façam aumentar a rejeição a Serra. Boa parte do eleitorado brasileiro não gosta disso. No horário gratuito na TV, provavelmente, Serra vai evitar a tática de partir pra cima de Dilma com essa ferocidade. A experiência recente mostra que ataques diretos a um adversário acabam gerando rejeição – ainda mais na TV.



Mas há o rádio, a internet e a imprensa amiga pra seguir fazendo serviço…



Serra precisa manter-se competitivo, com alguma chance, até a reta final da eleição.



E aí chego ao terceiro dos três pontos que ressaltei acima: engana-se quem acha que a mídia anti-Lula não terá papel a exercer na campanha contra Dilma. A mídia perdeu, sim, parte de sua força. Mas não toda a força.



Em 2006, foi a campanha mdiática que levou a eleição para segundo turno – Marcos Coimbra, do Vox Populi, já mostrou isso de forma límpida.



Nessa eleição, a mídia impressa seguirá o roteiro de ataques implacáveis contra Dilma. Assim como Serra, essa gente não tem escolha: enveredou por um caminho sem volta.



Essa mídia, talvez, não consiga garantir a vitória de Serra. Ainda mais porque a TV Globo (ao contrário do jornal, que é explícito) tende a manter-se na moita. A Globo não pode se dar ao luxo de voltar a ser carimbada como “anti-povo”, “golpista”… Seria um risco enorme jogar a image da Globo numa campanha anti-lulista.



Mas, se na reta final, a Globo sentir que há espaço para empurrar Sera ao segundo turno, não tenham dúvidas: vão repetir 2006!



O método Ratzinger vai se revelar de novo implacável.



Por isso, os lulistas devem evitar o erro de menosprezar adversários que lutam pela sobrevivência - política, ou econômica – e que vão usar todas as armas numa guerra suja.



Essa não será uma eleição para quem tem estômago frágil.







*Matéria originalmente publicada no site O Escrevinhador

domingo, 25 de julho de 2010

Manchete de O Globo é velha de cinco anos

Por que dar ênfase a um relatório de QUATRO anos atrás? Ou será que o País não mudou nesses QUATRO ANOS?

Mais uma palhaçada do PIG que os artigos abaixo desmistificam.


Matéria do blog DO BRIZOLA NETO:

http://www.tijolaco.com/

julho 23rd, 2010 às 13:16






Este post é dedicado a você, leitor, que ainda tem algum tipo de fé no que os jornais publicam nesta época de campanha eleitoral.


Tratei desta matéria num post anterior, mas ainda não estava satisfeito, porque não tinha encontrado o relatório original da ONU para comprovar, sem nenhum tipo de dúvida, que o jornal dos Marinho tinha sonegado informações ao leitor e apresentado como se fossem atuais – apenas com algumas ressalvas quase imperceptíveis – dados antigos sobre a desigualdade social no Brasil para afirmar que o país tem o terceiro maior índice de desigualdade do mundo.
Claro que a desigualdade é imensa. É imensa e era ainda maior, construída por todos os governos que o jornal O Globo apoiou.


Mas o jornal praticamente escondeu o fato de que ela vem caindo no governo que ele combate, o Governo Lula. Uma frase perdida no meio da matéria e uma afirmação vaga num subtítulo não podem mostrar a verdade ao leitor: que a desigualdade caiu dos mencionados 0,56 para 0,515 em 2008 e, hoje, como a elevação do salário mínimo, já terá, com certeza, caído ainda mais.
É desonesto, sobretudo, porque há no documento da ONU (página 200 do anexo de dados) uma informação preciosa, que jamais poderia ter sido omitida: que a percentagem da população brasileira na faixa da pobreza caiu de 24,9% em 2004 para 15,7 em 2008. Você mesmo pode verificar no quadro que publico ao lado, reproduzindo um pedaço do gráfico da ONU. Ou será que O Globo não considera informação digna de registro que quase 10% dos brasileiros, cerca de 18 milhões de pessoas tenha saído da pobreza?


Eu não sou economista, nem tenho um exército de jornalistas para apurar as informações. Mas, como qualquer pessoa, posso perceber quando algo se choca com a realidade.


Ou será que o tijolaco.com é que está errado de ir verificar as informações que se passa aos leitores, em lugar de fazer simples sensacionalismo politiqueiro?


Desigualdade de renda do Brasil é enorme. Com a ajuda da Globo


Publicado em 23/07/2010


MATÉRIA DO SITE CONVERSA AFIADA, DO PAULO HENRIQUE AMORIM

http://www.conversaafiada.com.br/economia/2010/07/23/desigualdade-de-renda-do-brasil-e-enorme-com-a-ajuda-da-globo/





Na foto, o autor intelectual da desigualdade de renda

Saiu na primeira página do Globo e na página 33:“Brasil tem o 3º. pior índice de desigualdade do mundo”, segundo a ONU.A privação das mulheres e das mulheres negras é a pior.

NAVALHA




A manchete do Globo é do tamanho de um outdoor.


Tem o objetivo de desmoralizar o presidente Lula e a Dilma que instalaram as políticas sociais no centro de suas políticas.


É como se o Globo dissesse: eles são uns farsantes !


Fazem o Bolsa Família para isso.


Se a Carolina Brígido, a repórter que leu os dados da ONU tivesse consultado a urubóloga Miriam Leitão, mesmo a urubóloga teria sido capaz de recomendar leituras complementares.


Por exemplo, os estudos do economista Ricardo Paes e Barros, do IPEA, que mostram:


1) que a renda dos pobres aumentou;


2) a desigualdade diminuiu, SOBRETUDO NO GOVERNO LULA.


A urubóloga teria recomendado os estudos do profesor Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas.


Foi ele, Neri, quem primeiro instalou na pauta da discussão a vertiginosa ascensão da Classe C.
Clique aqui para ler:


Em 1992, a classe média era um terço do total da renda brasileira.. Hoje, é mais de 50%.. Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros, ou seja, metade da população da Franca, ingressou no conjunto das classes A, B e C. O principal fator dessa ascensão não foram os programas assistenciais, mas a renda do trabalho.. Entre 2003 e 2009 foram criados 8 milhões de empregos com carteira assinada.. Pode-se dizer também que essa é uma década da redução da desigualdade.. Entre 2000 e 2008 a renda dos 10% mais pobres da população cresceu 72%. Ou seja, o crescimento da renda dos pobres no Brasil é um crescimento de tamanho chinês.. A renda dos 10% mais ricos cresceu 11%.. Todo mundo cresceu.. É uma bolha?. Não, frisou Neri. Esse processo já dura cinco anos: de 2003 a 2008 a renda do brasileiro cresce 7% ao ano. Ou seja, não é bolha porque a renda sobe por causa do trabalho e porque os brasileiros passaram a estudar mais.. Trabalhar e estudar são coisas que ficam, não vão embora como uma bolha.. A queda na desigualdade é inédita.. No anos 60 o Brasil viveu o período mais desigual da sua história. O Brasil tinha a terceira pior distribuição de renda do mundo.. Hoje é o décimo. Quer dizer, é um país ainda muito desigual, mas se a desigualdade continuar a cair, será um país de desigualdade tolerável.. O importante é que o Brasil cresce em baixo. O crescimento econômico do Nordeste é igual ao da China.


E por que essa impressionante mobilidade vertical ?


Por causa do aumento real do salário mínimo.
Por causa do aumento do emprego.
Por causa da banqueirização dos pobres.
Por causa do aumento da escolaridade.
Por causa do Bolsa Família.


O que impede que a renda se distribua mais rapidamente ?


A Globo.


A Globo é contra qualquer política de intervenção social, a começar pelo Bolsa Família.
A Globo é contra o ProUni.
A Globo é contra as cotas raciais.


O Cardeal Ratzinger, o cérebro da Globo, Ali Kamel, é um especialista na matéria: ele é capaz de provar que as cotas raciais provocam desarranjo intestinal.


A desigualdade não cai mais rápido por causa do PiG (*).


E porque a elite brasileira – de que a Globo é o porta estandarte -, como diz o Mino Carta, é a pior do mundo.


Nisso, somos realmente campeões.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sábado, 24 de julho de 2010

O medo invade a campanha


O PIG REPERCUTIU EM MANCHETES AS ACUSAÇÕES DO VICE DO SERRA, ÍNDIO DA COSTA (Cacique Merendinha), CONTRA O GOVERNO E O PT DE SE ASSOCIAR AO NARCOTRÁFICO, ATRAVÉS DAS FARC.
A REPORTAGEM ABAIXO PÕE OS PINGOS NOS IIs DA MENTIRA DO PSDB.



Artigo do site ISTOÉ INDEPENDENTE:

http://www.istoe.com.br/reportagens/90267_O+MEDO+INVADE+A+CAMPANHA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

PSDB recorre a velhos fantasmas e tenta assustar o eleitor ao vincular o PT a grupos terroristas e ao crime organizado

Alan Rodrigues e Sérgio Pardellas


PARCERIA
Serra e Indio da Costa planejaram ataques



O comando da campanha de José Serra (PSDB) colocou o medo no centro da disputa presidencial. Tudo começou com a surpreendente entrevista do vice de Serra, Indio da Costa (DEM), dizendo a um site do partido que o PT é ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. Num primeiro momento, lideranças partidárias passaram a ideia de que Indio era apenas uma voz isolada – além de descontrolada e inconsequente. Aos poucos, porém, foi ficando claro que ele cumpria um script previamente combinado. Muito bem orientado pelos caciques do PSDB e DEM, o vice de Serra servia de ponta de lança para uma estratégia de campanha: o uso da velha e surrada tática do medo. Ele procurava criar fantasmas na cabeça do eleitor para tirar votos da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.


A tática do medo, por definição, desqualifica o debate político. Quem a utiliza está disposto a trabalhar não com a razão, mas com sentimentos mais primários e difusos. Recorre a argumentos distantes de qualquer racionalidade para tentar encantar um público mais desinformado ou que já coleciona arraigados preconceitos. É um jogo perigoso: “Campanhas negativas podem até aumentar a rejeição ao candidato que as patrocina”, diz o cientista político José Paulo Martins Jr., da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Mas os tucanos resolveram arriscar.



ACUSAÇÕES
Tasso Jereissati diz que Lula é “chavista”



Apesar das reações provocadas pelas declarações de Indio da Costa (o TSE já concedeu até direito de resposta ao PT), expoentes do PSDB e o próprio Serra não desautorizaram o deputado do DEM. Ao contrário, passaram a engrossar o vale-tudo eleitoral. Animado, Indio voltou à carga, insinuando uma relação entre o PT e uma facção criminosa do Rio. “Já há vários indícios de ligação do Comando Vermelho com as Farc. E qual a opinião da Dilma sobre isso? Veja só: o PT e as Farc, as Farc e o narcotráfico, o narcotráfico, o Rio de Janeiro e o Comando Vermelho, com indícios muito claros de relacionamento. Ela (Dilma) tem que dizer o que acha”, afirma. Na quinta feira 22, foi o próprio Serra quem assumiu a estridente toada: “Há evidências mais do que suficientes do que são as Farc. São sequestradores, cortam as cabeças de gente, são terroristas. E foram abrigados aqui no Brasil. A Dilma até nomeou a mulher de um deles.” Desta vez, o tom do discurso escandalizou os adversários. “Fui surpreendido com a decisão de Serra de entrar nesse debate. Pelo jeito, ele resolveu dar uma guinada para a direita ao perceber que não deu certo o estilo ‘Serrinha paz e amor’. Serra, agora, resolveu ser troglodita”, disse o líder do governo na Câmara e um dos coordenadores da campanha de Dilma, Cândido Vaccarezza (PT-SP). “Não adianta o kit baixaria do Serra: o povo quer saber é de propostas e de trajetória”, afirmou o deputado petista Ricardo Berzoini.

ALVO
Tucanos querem irritar Dilma e cobram resposta


A tentativa do PSDB de criar uma atmosfera de satanização do PT e de sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, é inteiramente planejada, ao contrário do que poderia parecer. Segundo apurou ISTOÉ, pesquisas qualitativas em poder da coordenação da campanha tucana identificaram que setores do eleitorado brasileiro ainda teriam restrições à “turma ligada ao Lula”. Na enquete realizada pela coligação PSDB-DEM abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Nordeste (70% do eleitorado nacional), chegou-se à conclusão de que a imagem de Lula é a mais próxima do chamado “político ideal”. Diante desse quadro, a pesquisa, focando o eleitor das classes B e C, de 25 a 50 anos, tentou filtrar o que, para a população, haveria de bom e ruim no governo petista. Lula foi considerado “quase acima do bem e do mal”, conforme informou à ISTOÉ um dirigente tucano que teve acesso aos números. Porém, em seis pesquisas, quando consultados sobre temas espinhosos como radicalismo e corrupção, os eleitores invariavelmente apontavam a culpa para setores “em torno” de Lula. A turma é que não seria boa.



A constatação animou os tucanos a investir contra o PT. Nas próximas semanas, entre os novos temas a serem abordados estão a relação dos petistas com Hugo Chávez e a defesa que fazem do terrorista Cesare Battisti. Mas, no embalo, sobrará até para o próprio Lula, como demonstrou, na quarta-feira 21, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE): “Lula é chavista”, disse o líder tucano. “Ele pretende fazer aqui neste país uma ditadura populista, em que vai se cerceando os espaços de todo mundo e ficando só o seu espaço de poder.” Para Jereissati, a questão não tem a ver com a alta popularidade de Lula. “Chávez também é muito popular. Outros ditadores também foram muito populares. O problema é que neste governo a política é de eliminação de todo e qualquer adversário”, disse.

Um retrospecto histórico mostra, no entanto, que a tática do medo, colocada em curso pela campanha tucana, funcionou na volta do País à democracia, mas não tem dado certo num Brasil mais maduro. Levado a cabo nessas eleições, o vale-tudo eleitoral pode, mais uma vez, significar o suicídio da campanha tucana. Em 2002, por exemplo, o próprio Serra, então candidato de Fernando Henrique Cardoso ao Palácio do Planalto, lançou mão do medo como artifício: “Existe o PT real e o PT da tevê”, disse ele no horário eleitoral. “É muito importante debater as invasões ilegais e as ligações com as Farc. Isso não aparece na tevê, mas é um lado do PT”, acrescentou o tucano, que estava em baixa nas pesquisas. Por causa dos ataques, o PSDB perdeu um minuto e meio de seu tempo na tevê. E o resultado, todos sabem: Lula venceu a eleição e já está há quase oito anos no poder, registrando índices recorde de popularidade.

A retórica do medo não costuma ter a capacidade de reverter votos, segundo o consultor político e professor da USP Gaudêncio Torquato. “O terrorismo linguístico que começa a subir a montanha não chega perto das massas. Apenas reforça posições de camadas já sedimentadas”, disse ele à ISTOÉ. “Não é novidade utilizar-se da tática eleitoral do medo. O que aconteceu é que Indio cumpriu um papel que lhe deram: o de tocar o apito.” Para Torquato, Indio executou a missão atribuída a ele pela cúpula de campanha do PSDB. “Assim, preservaria Serra da acidez”, acredita. Ainda de acordo com o consultor político, esse tensionamento “já era bastante previsível” e teria outras duas finalidades: a de apresentar o candidato a vice na chapa tucana ao País e tentar enervar a candidata do PT, Dilma Rousseff. “Ao mesmo tempo que eles dão uma estocada, a campanha o apresenta, já que ninguém o conhece. Também criam a polaridade que a campanha do PSDB precisa e tentam tirar Dilma do sério”, afirma Torquato.

PASSADO
Virgílio, do PSDB, também recebeu as Farc


“Discutimos fatos de conhecimento público. Todo mundo sabe da relação do PT com as Farc e todos sabem que as Farc têm relação com o narcotráfico”, insiste o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Anos atrás, o PSDB utilizou-se até das denúncias de que a guerrilha colombiana havia repassado US$ 5 milhões para campanhas eleitorais petistas, o que nunca foi comprovado. Mas, fora as fantasias, o que há de real entre o PT e as Farc? Para responder a essa pergunta, é preciso voltar ao ano de 1990. Com a dissolução da União Soviética, a esquerda mundial estava desamparada. Na América Latina, por sugestão de Fidel Castro, Lula acabou propondo a criação do Foro de São Paulo, a fim de aglutinar partidos, sindicatos e organizações de esquerda. As Farc integraram esse movimento, embora na ocasião ainda não se conhecessem vínculos dela com o narcotráfico. Daí para a frente, a guerrilha sempre participou das reuniões do Foro e recebeu o apoio político de seus membros. O PT chegou a cultivar relações com representantes das Farc, principalmente com o ex-padre Olivério Medina.

No entanto, desde que Lula chegou ao governo, em 2003, o PT tratou de se distanciar do movimento. Em 2005, como revelaram e-mails de dirigentes das Farc, a guerrilha foi impedida de participar da reunião que comemorou o aniversário de 15 anos do Foro de São Paulo e que contou com a presença de Lula. Em 2008, ocasião da libertação da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, Lula condenou publicamente a guerrilha. “A grande chance que as Farc têm de um dia governar a Colômbia é acreditar na democracia, na militância política. É fazer o jogo democrático como fizemos aqui. Não se ganha eleição sequestrando pessoas”, disse.

Levando-se em conta a lógica controversa que vem sendo usada na campanha de Serra, o próprio líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), seria também ligado à guerrilha colombiana. Em 1999, Virgílio não apenas recebeu o então representante das Farc no Brasil, Hernán Ramirez, em seu gabinete, como foi considerado pelo grupo um dos principais interlocutores da guerrilha no País. À época, Virgílio era secretário-geral do PSDB e líder do governo FHC no Congresso. No mesmo ano, Ramirez visitou também o então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT). Um dos objetivos dos encontros era abrir um escritório das Farc em Brasília. Mas a ideia não prosperou. Ela só voltou a prosperar agora no discurso atropelado do PSDB.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira e Fabiana Guedes

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A "ISENÇÃO" DO PIG


Como Globo, Folha, Veja e Estadão fazem campanha para Serra

Artigo retirado do blog:

http://www.blogcidadania.com.br/



Sugiro ao leitor que leia atentamente este post porque dele resultará um possível e inédito esforço da sociedade civil para combater o uso ilegal de poder econômico e de recursos públicos por empresários do setor de comunicação, em claro favor de uma facção política.


Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania


Para entender a questão que estou propondo, voltemos à última terça-feira (13/7), quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o jornal O Estado de Minas em R$ 7 mil por fazer “campanha antecipada” para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra.


Segundo notícia vagamente reproduzida em alguns grandes portais de internet — e que as imprensas escrita, televisada e radiofônica esconderam total ou parcialmente —, “o veículo foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de publicar, em seu caderno de política, no dia 10 de abril deste ano, reportagem alusiva ao lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República”.


A denúncia do MPE foi acolhida pela ministra substituta do TSE, Nancy Andrighi, que multou o jornal mineiro.


Por certo, não é a primeira vez que um meio de comunicação é multado por fazer campanha ilegal para um candidato, mas não me lembro de outro caso igual envolvendo um veículo do porte de O Estado de Minas.


O fato supra mencionado me voltou à mente na manhã deste sábado (17/7). Como a minha filha caçula, de 11 anos, está novamente internada, a fim de passar o tempo entre a noite de sexta-feira até agora, devorei vários jornais e revistas comprados na banca em frente ao hospital.


Foi aí que me veio o pensamento de que os mais eminentes órgãos de imprensa escrita estão fazendo campanha eleitoral em favor de Serra tanto quanto O Estado de Minas, só que na forma de campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT.


Impressionou-me a avaliação desses órgãos de imprensa todos juntos. É impossível ler qualquer um deles sem que a enorme dose de más notícias contra o presidente da República, contra a sua candidata e contra o partido dos dois chame a atenção do leitor.


Todos juntos


Comprei O Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e as revistasVeja e Época.


Todos juntos continuam acusando a campanha de Dilma de ter feito dossiê contra Serra e Eduardo Jorge valendo-se do poder do governo Lula sobre a Receita Federal.


Todos juntos contam que a Sociedade Interamericana de Imprensa considerou o governo Lula antidemocrático e o acusou de atentar contra a liberdade de imprensa.


Todos juntos criticam Dilma por “guardar dinheiro debaixo do colchão”, valendo-se de declaração de bens dela à Justiça Eleitoral ao se registrar como candidata.


Todos juntos manipularam o comparecimento de público ao comício com Dilma e Lula no Rio. A Folha chegou a dizer que só mil pessoas foram ao evento, o que, lendo a matéria, descobre-se que foi o que restou de público depois de cair um temporal.


Todos juntos acusam o presidente Lula de “violar as leis” por apoiar publicamente a sua candidata, ignorando total ou parcialmente que Serra também está sendo multado por infringir a lei eleitoral.


As poucas notícias desfavoráveis a Serra, além do volume infinitamente menor delas, tampouco aparecem na primeira página ou na capa desses veículos. E aparecem bem pouco. Para cada dez notícias ou comentários contra os petistas aparecem, no máximo, um ou dois contra os tucanos, se tanto.


Prática sistemática


Afirmo publicamente que os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, bem como a revista Veja, fizeram e continuam fazendo campanha escancarada para Serra e campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT fora da época permitida pela lei eleitoral.


A mera análise de um período maior de tempo revelará uma prática sistemática desses órgãos de imprensa de fazerem campanha negativa contra os petistas. É preciso trazer esses números à ordem do dia. Há que apurá-los, divulgá-los e entregá-los à Justiça.


Vale lembrar que o conceito de “campanha eleitoral negativa” surgiu recentemente, quando o sindicato dos professores paulistas, a Apeoesp, promoveu atos públicos contra o governo do estado, o que foi considerado campanha negativa contra Serra pelo TSE, que multou o sindicato.


A sociedade civil não pode mais aceitar que a imprensa faça campanha tão descarada contra Lula, Dilma e o PT e a favor de Serra e do PSDB. A mesma Justiça Eleitoral que está punindo políticos e meios de comunicação, por campanha antecipada, tem obrigação de reconhecer e punir o volume impressionante da campanha escancarada dos veículos supra mencionados.


Que fazer diante de uma situação de afronta às leis e de verdadeira chacota por parte de uma mídia que se transformou em linha auxiliar da campanha presidencial tucana? Novamente, acho que será preciso jogar a sociedade civil em cima deles.


Só que essa ação precisa ser muito bem estudada. Até porque, dará um trabalho enorme quantificar o volume impressionante de matérias atacando Lula, Dilma e o PT. E é justamente na quantificação dessas matérias, na desproporção absurda em relação aos candidatos que está o fio da meada.


Cabe medida judicial


Desta forma, pretendo formar um núcleo de pessoas dispostas a colaborar com a preparação de uma reação da sociedade civil à afronta que esses grandes órgãos da imprensa escrita estão praticando contra as leis.


Estudaremos se caberá de fato ao Movimento dos Sem Mídia tomar uma atitude nessa questão. Sendo assim, quero formar um grupo de filiados ao MSM ou não para que reunamos todo o material necessário a uma medida judicial. Aceitaremos voluntários para a tarefa.


Estou entrando em contato com o setor jurídico do MSM, pedindo estudo do assunto e propondo que nossa organização se reúna talvez até com juristas independentes para melhor analisarmos as opções de reação ao abuso da imprensa escrita.


Será nesse momento que precisaremos do esforço de todos vocês para que consigamos, novamente, outros milhares de assinaturas de apoio à medida que nós, do MSM, poderemos vir a tomar conforme a natureza da análise do nosso setor jurídico.


Peço a cada uma das centenas de pessoas que acabam de se filiar à ONG que consiga apoios à possível representação ao MPE, pois esses apoios, chegando novamente aos milhares, colocarão a Justiça na obrigação de dar uma reposta séria e muito bem ponderada à propositura que lhe poderá ser feita.


Em minha visão, seria facílimo provar que Globo, Folha, Veja e Estadão estão fazendo campanha para Serra desde muito antes do permitido pela lei tanto quanto fez o jornal O Estado de Minas.


Bastará apurar o que fizeram esses veículos no decorrer deste ano. Está tudo muito bem registradinho. Claro que virão com aquela conversa de que são isentos e de que tratam todos os candidatos da mesma forma, mas será brincadeira de criança provar que é mentira.





CAMPANHA DO BLOG RESISTÊNCIA PRÓ DILMA:



NÃO ASSINE, NÃO COMPRE, NÃO LEIA, NÃO VEJA!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Re-visões do desenvolvimento



(Artigo retirado de:


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16797)


Há dois projetos em disputa no Brasil e um único cenário de embate político real. Não há o cenário chamado por alguns de pós-Lula. O esforço da grande mídia para criar esse cenário se torna evidente quando apresentam os principais candidatos à Presidência. Dilma jamais é apresentada como candidata do governo ou do presidente Lula. E Serra e Marina não são apresentados como candidatos da oposição, mas sim como candidatos de seus respectivos partidos. No cenário pós-Lula, projetos aplicados e testados se tornam abstrações e o suposto preparo dos candidatos para ocupar o cargo de presidente se transforma em critério objetivo.



O artigo é de João Sicsu e foi publicado originalmente na revista Inteligência.



Os últimos 20 anos marcaram a disputa de dois projetos para o Brasil. Há líderes, aliados e bases sociais que personificam essa disputa. De um lado estão o presidente Lula, o PT, o PC do B, alguns outros partidos políticos, intelectuais e os movimentos sociais. Do outro, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o PSDB, o DEM, o PPS, o PV, organismos multilaterais (o Banco Mundial e o FMI), divulgadores midiáticos de opiniõesconservadoras e quase toda a mídia dirigida por megacorporações.


O projeto de desenvolvimento liderado pelo presidente Lula se tornou muito mais claro no seu segundo mandato – quando realizações e ações de governo se tornaram mais nítidas. O primeiro mandato estava contaminado por “heranças” do período FHC. Eram “heranças” objetivas, tal como a aguda vulnerabilidade externa, e “heranças” subjetivas, ou seja, ideias conservadoras permaneceram em alguns postos-chave do governo. O presidente Lula fez mudanças importantes no seu segundo mandato: trocou o comando de alguns ministérios e de instituições públicas. E, também, implementou programas e políticas claramente opostos à concepção do seu antecessor. Um exemplo foi o lançamento, no início de 2007, do Programa de Aceleração do Crescimento (o PAC), muito criticado pelos oposicionistas, mas que foi a marca da virada para um projeto de governo com contornos mais desenvolvimentistas.


Os projetos em disputa


O projeto desenvolvimentista estabelece como pilar central o crescimento. Mas, diferentemente de uma visão “crescimentista” que busca o crescimento econômico sem critérios, objetivos ou limites, o projeto lideradopelo presidente Lula busca, acima de tudo, o crescimento social do indivíduo, portanto, é um projeto desenvolvimentista – além de ser ambientalmente sustentável e independente no plano internacional (1). Já o projeto implementado pelo PSDB pode ser caracterizado como um projeto estagnacionista, que aprofundou vulnerabilidades sociais e econômicas.O projeto desenvolvimentista tem balizadores econômicos e objetivos sociais. Os balizadores são:


(1) manutenção da inflação em níveis moderados;

(2) administração fiscal que busca o equilíbrio das contas públicas associado a programas de realização de obras de infraestrutura e a políticas anticíclicas;

(3) redução da vulnerabilidade externa e algum nível de administração cambial;

(4) ampliaçãodo crédito; e

(5) aumento doinvestimento público e privado.


E os objetivos econômico-sociais do projeto desenvolvimentista são:

(1) geração de milhões de empregos com carteira assinada;

(2) melhoria da distribuição da renda; e

(3) recuperação real do salário mínimo.


O projeto implementado pelo PSDB e seus aliados no período 1995-2002 tinha as seguintes bases econômicas:

(1) estabilidade econômica, que era sinônimo, exclusivamente, de estabilidade monetária, ou seja, o controle da inflação era o único objetivo macroeconômico;

(2) abertura financeira ao exterior e culto às variações da taxa de câmbio como a maior qualidade de um regime cambial;

(3) busca do equilíbrio fiscal como valor moral ou como panaceia, o que justificava corte de gastos em áreas absolutamente essenciais; e

(4) privatização de empresas públicas sem qualquer olhar estratégico de desenvolvimento.


E os objetivos econômico-sociais eram:

(1) desmantelamento do sistema público de seguridade social;

(2) criação de programas assistenciais fragmentados e superfocalizados; e

(3) desmoralização e desmobilização do serviço público.


Os resultados da aplicação do modelo desenvolvimentista são muito bons quando comparados com aqueles alcançados pelo projeto aplicado pelo PSDB e seus aliados. Contudo, ainda estão distantes das necessidadese potencialidades da economia e da sociedade brasileiras. Logo, tal modelo precisa ser aperfeiçoado – e muito.


Só há, portanto, dois projetos em disputa e um único cenário de embate político real. Não há o cenário chamado por alguns de pós-Lula. Sumariando, o pós-Lula seria o seguinte: o presidente Lula governou, acertou e errou... Mas o mais importante seria que o governo acabou e o presidente Lula não é candidato. Agora, estaríamos caminhando para uma nova fase em que não há sentido estabelecer comparações e posições em relação ao governo do presidente Lula. Em outras palavras, não caberia avaliar o governo Lula comparando-o com os seus antecessores e, também, nenhum candidato deveria ocupar a situação de oposição ou situação. O termo oposição deveria ser usado pelo PSDB com um único sentido: “oposição a tudo o que está errado” – e não oposição ao governo e ao projeto do presidente Lula.


O pseudocenário pós-Lula


O esforço da grande mídia para criar esse cenário se torna evidente quando apresentam os principais candidatos à Presidência. A candidata Dilma é apresentada como: “a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata à Presidência...” Ou “a candidata do PT Dilma Rousseff...”. Jamais apresentam a candidata Dilma como a candidata do governo ou do presidente Lula. E Serra e Marina não são apresentados como candidatos da oposição, massim como candidatos dos seus respectivos partidos políticos. Curioso é que esses mesmos veículos de comunicação quando tratam, por exemplo, das eleições na Colômbia se referem a candidatos do governo e da oposição.


No cenário pós-Lula, projetos aplicados e testados se tornam abstrações e o suposto preparo dos candidatos para ocupar o cargo de presidente se transforma em critério objetivo. Unicamente em casos muito extremosé que podemos, a priori, afirmar algo sobre o preparo de um candidato para ocupar determinado cargo executivo.Em geral, somente é possível saber se alguém é bem ou mal preparado após a sua gestão. Afinal, o PSDB e seus aliados sempre afirmaram que o sociólogo poliglota era mais preparado do que o metalúrgico monoglota.


Rumos da economia são resultados de decisões políticas balizadas por projetos de desenvolvimento que ocorrem em situações conjunturais concretas. Situações específicas e projetos de desenvolvimento abrem ao presidente um conjunto de possibilidades. Saber escolher a melhor opção é a qualidade daquele que está bem preparado, mas isso somente pode ser avaliado posteriormente. O cenário pós-Lula e a disputa em torno de critérios de preparo representam tentativas de despolitizar o período eleitoral que é o momento que deveria preceder o voto na mudança ou na continuidade.


O voto dado com consciência política é sempre um voto pela mudança ou pela continuidade. Portanto, a tentativa de construir um cenário pós-Lula tem o objetivo de despolitizar o voto, isto é, retirar do voto a sua possibilidade de fazer história. Tentam “vender” a ideia de que a história é feita pela própria história, em um processo espontâneo, e que caberia ao eleitor escolher o melhor “administrador” da “vida que segue”. No cenário pós-Lula, o eleitor se torna uma vítima do processo, apenas com a capacidade de decidir o “administrador”, sua capacidade verdadeira de ser autor da história é suprimida. A construção de um cenário pós-Lula é a única alternativa do PSDB e de seus aliados, já que comparações de realizações têm números bastante confortáveis a favor do projeto do presidente Lula quando comparados com as (não)realizações do presidente Fernando Henrique Cardoso.


O crescimento e os objetivos macroeconômicos


A taxa de crescimento do PIB a partir de 2006 se tornou mais elevada. O crescimento a partir daquele ano trouxe uma característica de qualidade e durabilidade temporal: a taxa de crescimento do investimento se tornou, pelo menos, o dobro da taxa de crescimento de toda a economia. Para evitar que o crescimento tenha o formato de um “voo de galinha” economias devem buscar, de um lado, reduzir suas vulnerabilidades e, de outro, elevar a sua taxa de investimento: mais investimento, hoje, representa mais investimento e mais crescimento, amanhã. A taxa de crescimento esperada do investimento (público + privado) em 2010 é de mais de 18%. O investimento público, considerados os gastos feitos pela União e pelas estatais federais, alcançará mais de 3% do PIB este ano. O presidente FHC teria de governar o Brasil por aproximadamente 14 anos para fazer o crescimento que o presidente Lula fez em oito anos, ou seja, somente teríamos em 2016 o PIB que vamos alcançar ao final de 2010 se o país tivesse sido governado pelo PSDB desde 1995.


O crédito se ampliou drasticamente na economia brasileira nos últimos anos. Em 2003, representava menos que 23% do PIB. Em 2009, alcançou mais de 46% do PIB. O crédito se amplia quando potenciais credorese devedores se sentem seguros para realizar o empréstimo. Os devedores, que são aposentados, pensionistas, trabalhadores e empresas, vão aos bancos pedir um empréstimo quando avaliam que poderão honrar seuscompromissos futuros. Aos olhos das empresas, a sensação de segurança sobre o futuro aumenta quando esperam crescimento das suas vendas e, portanto, elevação de suas receitas. Empresas mais otimistas fazem mais empréstimos. E, tanto para empresários quanto para trabalhadores, é o ambiente de crescimento econômico que propicia a formação de cenários otimistas em relação ao futuro.


O ânimo para que trabalhadores, aposentados e pensionistas fossem aos bancos nesses últimos anos pedir empréstimos sofreu duas influências. De um lado, houve a inovação institucional do crédito consignado que deu garantias aos bancos e reduziu a taxa de juros dos empréstimos (que, aliás, é ainda muito alta) e, de outro, a criação de milhões e milhões de empregos com carteira assinada. Com a carteira assinada, o trabalhador, além de se sentir mais seguro, cumpre o requisito formal para ir ao banco pedir um empréstimo. A carteira assinada oferece segurança econômica e sentimento de cidadania. Cabe, ainda, ser mencionado que os bancos públicos foram instrumentos preciosos para que o crescimento dos anos recentes fosse acompanhado por um aumento vigoroso do crédito. O crescimento, o aumento do investimento e a ampliação do crédito foram alcançados em um ambiente macroeconômico organizado, isto é, inflação controlada, dívida líquida do setor público monitorada de forma responsável e redução da vulnerabilidade externa.


A inflação do período 1995-2003 resultava exatamente da fraqueza externa da economia brasileira. Crises desvalorizavam abruptamente a taxa de câmbio que transmitia uma pressão altista para os preços. Ademais, nesse período os preços administrados subiam a uma velocidade que era o dobro da velocidade dos preços livres. Diferentemente, a inflação dos dias de hoje é causada por pressões pontuais. Há, contudo, um aumento de preços que tem pressionado de forma mais permanente a inflação: é o aumento dos preços de bebidas e alimentos. Políticas específicas e criativas para dissolver essa pressão devem ser implementadas.Entretanto, cabe ser ressaltado que esse tipo específico de inflação se incorporou à economia brasileira devido ao tipo de crescimento que o modelo adotou. Um crescimento com forte distribuição da renda provoca necessariamente aumento acentuado das compras de bebidas e alimentos. A dívida líquida do setor público, como proporção do PIB, cresceu de uma média, por ano, no primeiro mandato do presidente FHC de 32,3% para 50,7% no seu segundo governo. A média esperada dessa relação no segundo mandato do presidente Lula é de 42,7%. A dívida externa foi anulada e a dívida interna dolarizada, zerada. As reservas internacionais que auxiliam na redução da vulnerabilidade externa, hoje, estão em patamar superior a US$ 250 bilhões. No seu segundo mandato, o presidente FHC matinha acumulado em média um montante inferior a US$ 36 bilhões.


Os objetivos socioeconômicos


O crescimento alcançado nos últimos anos tem uma evidente característica de maior qualidade social. Nos oito anos correspondentes aos governos de FHC foram criados somente 1.260.000 empregos com carteira assinada. O governo Lula terá criado de 2003 ao final de 2010 mais que 10.500.000 empregos. Portanto, FHC teria de governar o Brasil por 64 anos para atingir a marca do presidente Lula, ou seja, o PSDB teria de governar o Brasil de 1995 a 2058 para que pudesse criar a mesma quantidade de empregos com carteira criados com a implementação do projeto de desenvolvimento do presidente Lula. O salário mínimo (SM) é um elemento-chave do objetivo de fazer a economia crescer e distribuir renda. Ele estabelece o piso da remuneraçãodo mercado formal de trabalho, influencia as remunerações do mercado informal e decide o benefício mínimo pago pela Previdência Social. Portanto, a política de recuperação do salário mínimo, além da política de ampliação do crédito, tem sido decisiva para democratizar o acesso ao mercado de bens de consumo. O presidente FHC teria de governar o Brasil por mais 12 anos para alcançar o patamar de recuperação atingido pelo presidente Lula para o SM, ou seja, somente em 2015 o trabalhador receberia o salário mínimo que recebe hoje se o Brasil tivesse sido governado pelo PSDB desde 1995. Em paralelo à criação de empregos com carteira assinada e à política de recuperação do salário mínimo, a ampliação da cobertura e do valor dos benefícios pagos pelo Sistema de Seguridade Social deve ser considerada decisiva dentro do projeto desenvolvimentista.


Em média por mês, durante os dois mandatos do presidente FHC, foram pagos 18 milhões de benefícios. De 2003 a 2009 foram pagos, em média, mais que 24 milhões de benefícios por mês. O valor dos benefiícios no segundo mandato do presidente Lula é, em média, 36% maior em termos reais do que era no primeiro mandato do presidente FHC. O Sistema de Seguridade Social brasileiro é um importante elemento que promove crescimento com desenvolvimento porque, por um lado, reduz vulnerabilidades e desigualdades sociais e, por outro, injeta recursos na economia que se transformam diretamente em consumo. Aquele que recebe um benefício previdenciário ou social gasta quase tudo o que recebe imediatamente, gerando consumo, empregos, produção e investimentos.Em 1995, o montante monetário dos benefícios emitidos ao longo do ano foi de aproximadamente R$ 80 bilhões; em 2009, esse montante alcançou mais que R$ 319 bilhões (ambos os valores corrigidos de acordo com o INPC para os dias de hoje). Nos cálculos referidos anteriormente não estão incluídos os pagamentos feitos pelo programa Bolsa Família, que tem orçamento muito inferior ao Sistema de Seguridade Social. Esse programa precisa ser ampliado para se tornar um elemento mais poderoso do projeto de desenvolvimento. Em 2009, alcançou 12,4 milhões de famílias que foram beneficiadas com R$ 12,4 bilhões, o que equivale a dizer que cada família recebeu aproximadamente R$ 83,00 por mês. A ampliação do Bolsa Família não pode ser oposta à política de fortalecimento do Sistema de Seguridade Social, que engloba a assistência social (aos idosos e aos deficientes pobres) e o sistema de previdência (que emite aposentadorias, pensões etc.). Os miseráveis, os pobres, a classe média e toda a sociedade brasileira precisam de ambos.


Somente para aqueles que pensam que é possível haver desenvolvimento sem crescimento (ou que desenvolvimento é sinônimo apenas de redução de desigualdades de renda) é que um real a mais para o Sistema de Seguridade Social poderia representar um real a menos para o programa Bolsa Família. São os mesmos que opõem os idosos às crianças, o ensino fundamental ao ensino universitário, o setor público ao privado, a regulação econômica às liberdades democráticas e o Estado ao mercado. Na escassez de crescimento que predominou durante os governos do presidente FHC, apresentavam sempre a solução deveras conhecida: “focalizar nos mais necessitados” por meio dos serviços do terceiro setor (ONGs), já que o Estado é considerado ineficiente, e mediante as doações de empresas que demonstram “responsabilidade social”.Os ideólogos da área social da era FHC estavam errados. A experiência recente de desenvolvimento tem mostrado que o aumento do salário mínimo, o fortalecimento do Sistema de Seguridade Social e a ampliação do Bolsa Família conformam um tripé essencial de redução da miséria, da pobreza e das vulnerabilidades sociais, por um lado, e de impulso ao crescimento econômico baseado no mercado doméstico com redução de desigualdades, por outro.Resultado que deve ser enfatizadoA proporção que os salários ocupam no PIB – ou a distribuição funcional da renda entre trabalhadores e detentores das rendas do capital – é um elemento importante para a avaliação da qualidade social da dinâmica econômica. Esse elemento avalia a capacidade de compra de serviços e bens por parte de cada segmento social produtivo; avalia, portanto, o grau de democratização do acesso ao mercado de bens e serviços. Desde 1995 até 2004, houve um contínuo processo de redução da massa salarial em relação ao PIB. Em 1995, era de 35,2%, em 2004, alcançou o seu pior nível histórico, 30,8%. A partir de então, houve um nítido processo de recuperação. Ao final de 2009, retornou para o patamar de 1995.


Perspectivas: desenvolvimento e planejamento


Há dois projetos em disputa: o estagnacionista, que acentuou vulnerabilidades sociais e econômicas, aplicado no período 1995-2002, e o desenvolvimentista redistributivista, em curso. Portanto, o que está em disputa, particularmente neste ano de 2010, são projetos, já testados, que pregam continuidade ou mudança. Somente no cenário artificial, que a grande mídia tenta criar, chamado de pós-Lula, é que o que estaria abertopara a escolha seria apenas o nome do “administrador do condomínio Brasil”. Seria como se o “ônibus Brasil” tivesse trajeto conhecido, mas seria preciso saber apenas quem seria o melhor, mais eficiente, “motorista”. Sefor para usar essa figura, o que verdadeiramente está em jogo em 2010 é o trajeto, ou seja, o projeto, que obviamente está concretizado em candidatos, aliados e bases sociais.


Os resultados da aplicação do projeto estagnacionista durante os anos 1995-2002 e do projeto desenvolvimentista aplicado no período 2007- 2010 são bastante nítidos. Os números são amplamente favoráveis à gestão dopresidente Lula em relação à gestão do presidente FHC. Contudo, um alerta é necessário: os resultados alcançados estão ainda muito aquém das necessidades e das potencialidades da economia e da sociedade brasileiras. O primeiro passo de rompimento com a herança deixada por FHC foi o atendimento de necessidades sociais e econômicas. Medidas e programas quase que emergenciais foram implantados. Posteriormente, essas ações foram se transformando em políticas públicas que foram, por sua vez, mostrando consistência entre si e, dia a dia, foram se conformando em um projeto de desenvolvimento. Ao longo do governo do presidente Lula, a palavra desenvolvimento tomou conta dos ministérios, do PT e de demais partidos políticos aliados, tomou conta dos movimentos sociais e retornou ao debate acadêmico.


O próximo passo é consolidar cada política pública como parte indissociável do projeto de desenvolvimento. Mas, para tanto, é necessário pensar, refletir, organizar e planejar. Assim como a ideia de desenvolvimento retornou, agora é hora de retornar com a ideia do planejamento. Uma rota de desenvolvimento somente se tornará segura se estiver acompanhada de planejamento. Políticas públicas devem ter objetivos e metas quantitativas. Devem conter sistemas de avaliação rigorosos para medir realizações e necessidades. É preciso que cada gestor público cultive a cultura da busca de metas – em todas as áreas e esferas: na cultura, na saúde, na educação, na economia etc. Planejar não significa somente olhar para os próximos cinquenta anos, significa também planejar cada dia, cada mês, cada ano... De forma detalhada, de forma obsessiva. Sem planejamento, uma trajetória desenvolvimentista promissora pode se transformar em “salto de trampolim”.



(*) O articulista é diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do IPEA e professor-doutor do Instituto de Economia da UFRJ (joaosicsu@gmail.com).



(1). Esses aspectos, embora fundamentais, nãoserão tratados neste artigo.

CHUTANTO O BALDE





O balde da imprensa brasileira. Está cheio. De merda. E vou chutá-lo com toda a força que eu puder, porque a coisa está cheirando muito mal.

É tanta a merda desse balde, que é difícil até mesmo achar um ponto por onde começar a chutar no ventilador toda a sujeira que há nesse balde.

Mas, vamos lá.

Leio no Estadão, manchete de primeira página, hoje, 17 de julho de 2010: “Gasto do Planalto em 2010 com publicidade supera o limite legal”. Muito bem: leio a reportagem, cheia de gráficos e comentários e análises, que concluem que o Governo Federal gastou 13% a mais do que deveria ter gastado, com publicidade e comunicação. Só não ficamos sabendo que publicidade foi, porque entram nesta conta, campanhas institucionais e absolutamente necessárias, como vacinação, dengue etc. Aí, para mostrar que eles, os repórteres do Estadão, são isentos e maravilhosos e que não têm nenhuma segunda intenção, embaixo, sem nenhum destaque, outra matéria me informa que: “Governo de São Paulo aumenta gastos em em 26,8%”. O título não diz que esse aumento – o dobro do aumento do Governo Federal – foi com publicidade, coisa que só ficamos sabendo, se lemos a reportagem!

Dois pesos, duas medidas. Claro! Preciso comentar?

No mesmo jornal, o presidente da SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa – ganha destaque porque disse que Lula não é democrata. Quem conhece o presidente da SIP? Quem é o presidente da SIP? Que credenciais tem esse merdinha – funcionário de um jornaleco estadunidense – para, como presidente dessa organização pelega, dizer quem é e quem e não é democrata na América Latina, atacando não só o presidente do Brasil, mas todos os demais presidentes que não rezam pela cartilha de Washington, como Cristinha Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales, Daniel Ortega, Porfirio Lobo, ou seja, todos eleitos democraticamente?

Prossegue o balde cheio de merda do Estadão (só vou falar do Estadão, porque seria demais para meu estômago comentar a Folha, o Globo e que tais): tudo o que possa ser, de forma sutil, contra o Lula ganha título de matéria:

“Lula ataca procuradora no comício de Dilma” – quem é essa “procuradora”? E vejam a sutileza do verbo “ataca”, como se o Presidente fosse uma fera enjaulada ou um animal que precisasse ser “domado”, que sai por aí “atacando” a tudo e a todos. Ah, e tem que ser no “comício da Dilma”, para deixar bem claro o objeto do desdém, da maledicência sutil;

“Lula acusa governo de SP de travar obra federal” – novamente o termo forte “acusa” e, claro, ao lado, em letras em negrito, a “defesa” do governo paulista, acusando o Ibama, ou seja, a matéria tem todo um viés habilmente tendencioso, que a torna impossível de ser declarada claramente tendenciosa e sacana;

“Lula e FHC são mais parecidos do que parece” – e o título, no alto da página, vem entre parênteses, como se os parênteses justificassem o “não temos nada com isso, foi o Serra quem disse”, ou seja, tudo o que o Serra diz contra o governo, por maior bobagem que seja, como esta, ganha manchete no alto da página!

E eles ainda posam de isentos, de jornalismo sério, como se a gente fosse idiota e não percebesse o jogo sujo por trás de cada reportagem, de cada comentário. Para eles – e aí está incluída praticamente quase toda a imprensa brasileira, o famoso PIG (Partido da Imprensa Golpista) – o candidato Serra tem que ganhar a qualquer custo. Eles não percebem que, assim como a Rede Globo manipulou o seu noticiário na famigerada eleição daquele facínora chamado Collor, eles agora também manipulam, mentem, escamoteiam informações, deformam até mesmo a lógica, para encher a bola do seu candidato.

É, sim, um balde cheio de merda que a tal imprensa livre brasileira derrama sobre nossas cabeças todos os dias, todos os momentos! Tornam-se órgãos oficiais – declarados, como aquela revistinha safada chamada Veja – ou disfarçados, como a maioria covarde que se esconde nas redações de quase todos os jornais, de um partido da direita que mantenha os seus privilégios e os privilégios das classes que eles defendem, ignorando a opinião de mais de oitenta por cento da população brasileira, que apoia o Governo que os tirou da miséria em que esse mesmo partido apoiado por esse bando de idiotas que se dizem jornalistas os manteve durante quinhentos anos!

Por isso, chuto, sim, esse balde cheio de merda! Chuto para bem longe, para que toda essa merda derrame na cabeça dessa gente que só tem merda na cabeça e que não se incomodará com mais um balde cheio dela!


Enfim, é para que saibam – essa imprensa covarde e os partidos de direita – que há gente de olho neles que este blog foi criado!