ESTE BLOG EXISTE para deixar bem claro à imprensa golpista, o PIG, e à direita hidrófoba que há gente de olho neles!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O PIG-FOLHÃO E OS DOSSIÊS DA DITADURA




O PIG-FOLHÃO obteve acesso aos arquivos da ditadura (que ele chama de “ditabranda” – só ele, aliás, porque apoiou e ajudou a ditadura) sobre a presidente eleita Dilma Rousseff.

O que será que vai fazer o PIG-FOLHÃO? Como vai tratar as informações lá contidas, depois de passadas as eleições?

E mais: tem o PIG-FOLHÃO o direito de publicar a voz da ditadura, logo ele, que apoiou e ajudou a ditadura? Que isenção tem esse jornal para escancarar um processo que deve ser visto sob a óptica da História com H maiúsculo, que justamente o PIG-FOLHÃO tem sistematicamente jogado no lixo?

Leia os dois artigos abaixo e tire suas conclusões. Contra o Folhão, claro!


Quanto vale a palavra de torturadores?




por Emir Sader

O Superior Tribunal Militar abriu o processo da Presidenta eleita, Dilma Rousseff, que um órgão da imprensa – aquele cuja executiva disse que a mídia é o partido político da oposição – buscava afoitamente na reta final da campanha eleitoral.

O que teremos nesse processo? A versão que os torturadores davam das suas vítimas, dos torturados. Essa mesma imprensa que reclamava, com razão, da censura, vai agora acreditar no que os verdugos diziam do crime monstruoso da tortura, que praticavam? E do comportamento das vitimas indefesas desse crime hediondo?

É como se levassem a sério o que os censores devem ter escrito sobre as publicações que censuravam e os jornalistas. Nós nunca os tomaríamos a sério, utilizamos os documentos da censura para denunciar ainda mais o obscurantismo da ditadura.

O processo tem que ser mais um instrumento de denúncia da tortura – crime imprescritível – e não instrumento de manipulação política justo do jornal que emprestou carros para que a órgãos da ditadura, disfarçados de jornalistas, cometessem suas atrocidades. O mesmo órgão que considerou que não tivemos uma ditadura, mas uma “ditabranda”.

O processo é um testemunho dos agentes do terror, daqueles que assaltaram pela força o Estado, destruíram a democracia e se apropriaram dos bens públicos para transformá-los em instrumentos dos crimes hediondos que cometeram – em nome da “democracia”. Nas mãos de democratas, se transformará em mais uma prova da brutalidade dos crimes cometidos pela ditadura militar contra seus opositores. Nas mãos dos que foram complacentes e se beneficiaram da ditadura, será instrumento político torpe.

A mídia que acreditar no que diziam os torturadores, será conivente com eles, ao invés de denunciar os crimes que eles cometeram. Para os que se sujaram com a ditadura é insuportável que houve gente que se comportou com heroismo e dignidade. Querem enlamear a todos, porque se houve tanta gente que resistiu à ditadura, mesmo em condições limites, havia alternativa que não a conciliação e a conivência com a ditadura.

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=616




CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMPO, O TEMPO DA DOR





Por Isaias Edson Sidney

Talvez seja o tempo a matéria de instigação filosófica mais complexa, para o homem. Só o que podemos afirmar sobre ele, o tempo, é que o futuro vem, inexoravelmente. E, por ainda não existir, podemos moldá-lo conforme nossas ações ou nossos desejos. Se ele vai confirmar nossas ações ou nossos desejos já é uma outra história.

O presente, não sabemos exatamente o que é e não o dominamos, por ser fluido como as letras que vou encadeando neste artigo: só estão no presentes no exato momento em que se materializam diante de meus olhos, para no instante seguinte, tornar-se passado. E quando se tornam passado, eu posso voltar e modificá-las. Como, aliás, fazemos com o passado.

O passado é o tempo que dominamos. Porque podemos mudá-lo à vontade, de acordo com a nossa percepção. E cada um tem do mesmo fato passado a sua visão particular. Portanto, não existe um passado, mas inúmeros passados para um mesmo acontecimento. Ou o que muitos chamam de versões, não importa.

Por que, mesmo, estou falando do tempo? E especialmente do passado? Porque quero falar do passado de Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil.

Sabe-se que lutou contra a ditadura, foi presa e torturada. São três fatos que podem ter, cada um deles, a versão que quisermos dar, conforme os interesses atuais de quem quer que os rememore, os reconte ou os interprete. Podem, portanto, constituir-se em algo nobre ou maléfico. Se sou de direita e apoiei a ditadura, são fatos tremendamente desabonadores. Se, pelo contrário, fui forte opositor ao regime, isso a torna uma heroína, aos meus olhos.

Onde está a verdade?

Poder-se-ia argumentar que a verdade estaria, como, no budismo, no caminho do meio, na zona cinzenta entre a traição à pátria e o heroísmo. Que a presidente eleita não é nem santa nem demônio.

Mesmo aí, nessa pretensa e quase impossível ortodoxia do politicamente correto, não teríamos qualquer certeza, diante das inúmeras possibilidades dessa zona cinzenta: são inúmeras as versões, são inúmeros os detalhes, assim como as circunstâncias em que os fatos ocorreram têm inúmeros atores, cada um com sua versão, e infinitos detalhes que podem ou não ter influenciado cada instante, cada ato, cada palavra.

E por que tudo isso, agora?

Às vésperas da eleição de Dilma Rousseff, algo estava para acontecer, como uma espada de Dâmocles suspensa sobre a Democracia brasileira: o jornal A Folha de São Paulo tinha entrado no Supremo com um pedido de liminar para ter acesso às informações da ficha da candidata nos arquivos da ditadura.

Que interesse teria o jornal em publicar o que está escrito em documentos produzidos pelos militares que prenderam e torturaram a então candidata? A versão deles é a versão de quem a considerava “elemento perigoso”, “inimiga do regime”, “terrorista” .
E todos que lutaram, com ou sem armas, contra a ditadura foram perseguidos como inimigos, muitos foram presos, torturados, mortos e enterrados, sem que tivessem a mínima possibilidade de contar com a Justiça ou com um julgamento justo.

Naquele momento crucial da eleição, publicar a palavra dos ditadores, dos militares que estavam no comando, dos torturadores enfim, teria por único objetivo conturbar o ambiente eleitoral e tentar intervir no resultado das urnas, de forma unilateral e desesperada, como foram unilateral e desesperadamente anti-democráticas todas as ações dos militares durante o período ditatorial. Ou seja, queria o jornal A Folha de São Paulo abalizar, como já o fez no passado, quando apoiou e até contribuiu para o regime militar, as versões unilaterais de carniceiros torturadores que seriam, em qualquer país civilizado do mundo, presos e julgados por crimes imprescritíveis, que são os crimes de tortura.

É essa a democracia que deseja e defende A Folha de São Paulo?

E agora que, passadas as eleições, eles – os donos e jornalistas de A Folha de São Paulo – obtiveram o acesso a esses dados da ditadura, o que pretendem fazer? Vão ter a hombridade de publicar todas as versões, inclusive a da presidente eleita e de todos os envolvidos? E mesmo que o façam, com que finalidade? De provocar comoção e vender mais jornais? Saberão as cabeças quentes pela derrota de seu preferido manter uma certa idoneidade, para trabalhar com rigor histórico os dados que lhes oferecerem os registros dos torturadores?

O passado da presidente eleita, como tudo aquilo que é passado, tem inúmeras versões e pode ser reconstruído de acordo com infinitas possibilidades, em função de interesses atuais, em função da cabeça de quem o manipula ou interpreta e até em função da ignorância de alguns ou de todos os fatos, porque, afinal, ninguém, absolutamente ninguém, conseguirá reproduzir o passado tal como de fato aconteceu.

Então, eu pergunto: qual o passado que a Folha de São Paulo pretende resgatar? O da sua verdade, eivada de preconceito, como têm demonstrado todas as suas “reportagens” políticas atuais ou o passado de apoio e ajuda aos mesmos elementos que prenderam e torturam a jovem Dilma, naqueles idos e terrivelmente vividos dias de dor e confronto?

Alguém, em sã consciência, acredita em alguma boa intenção desse jornal?

http://venenodecobraxxi.blogspot.com/

sábado, 6 de novembro de 2010

O RECADO DE LULA AO POVO E À OPOSIÇÃO

Presidente Lula vem a público, através de rede de televisão, expressar seu agradecimento ao povo brasileiro pela eleição de Dilma Rousseff.

Mas, como líder e como político consciente do processo por que passou a eleição da presidente, dá um recado claro à oposição: que ela – a oposição – saiba cumprir o seu papel, sem precisar recorrer a golpes baixos como os da campanha.

A democracia no Brasil funciona a plenos poderes, apesar da chiadeira de algumas cassandras e da pregação do PIG de que ainda temos instituições frágeis.

É claro que o preço da democracia é a eterna vigilância.


Vigilância contra aqueles que não querem aceitar a voz que vem do povo, através das urnas.

E o presidente Lula – que não é apenas o melhor presidente de todos os tempos, mas também o mais democrático, porque conheceu na pele, juntamente com a presidente eleita, o que é viver na ditadura – o presidente Lula fez um pronunciamento que deve ser entendido exatamente como um alerta contra a forças inimigas do povo e de suas decisões.

Eis, na íntegra, o pronunciamento do presidente Lula:

Minhas amigas e meus amigos,

No último domingo, o Povo Brasileiro, mais uma vez, deu uma extraordinária demonstração do vigor da nossa democracia. Mais de 106 milhões de eleitores foram às urnas. E, num ambiente de tranquilidade e entendimento, mas também de paixão e entusiasmo, promoveram uma grandiosa festa democrática em todo o Brasil.

Estamos todos de parabéns. Como Presidente da República, quero dividir com vocês o meu sentimento: estou muito orgulhoso do nosso Povo e do nosso País.

Quero dar também os parabéns também à Justiça Eleitoral, que dirigiu com equilíbrio e competência a disputa. Horas depois de encerrado o pleito, graças ao sistema eletrônico de votação e apuração, já conhecíamos os resultados.

Minhas amigas e meus amigos,

A festa democrática de domingo foi o coroamento de um processo eleitoral que mobilizou o País durante meses, no qual foram escolhidos não só a nova presidente, como também governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

Esse processo foi realizado sob o signo da liberdade. O Povo pode escolher seus dirigentes e representantes livremente. Também livremente, partidos e candidatos puderam expressar suas opiniões, defender suas ideias e criticar as propostas dos seus adversários.

Foi assim, em meio a um amplo debate nas ruas, no trabalho, nas escolas, no rádio, na televisão e na internet, que cada cidadão e cada cidadã, sem qualquer tipo de coação, pode avaliar candidatos e projetos, firmar convicções e amadurecer seu voto.

Nas urnas, falou o Povo. Falou com voz clara. Falou com convicção. Agora cabe a todos respeitar sua vontade. Os escolhidos para governar devem ter a liberdade para organizar suas equipes e colocar em prática suas propostas, de modo a honrar os compromissos assumidos com a sociedade. Já aqueles a quem o povo colocou na oposição devem ter a liberdade de criticar e apontar os erros dos governantes, para que possam em eleições futuras se constituir como alternativa.

Passadas as eleições, quando é compreensível que o calor da disputa gere confrontos mais duros, é importante que governo e oposição, sem abrir mão de suas opiniões, respeitem-se mutuamente e divirjam de forma madura e civilizada.

Como todos sabemos, o Brasil vive hoje um momento mágico, de crescimento econômico, inclusão social, forte geração de emprego, distribuição de renda e redução das desigualdades regionais. Estou convencido de que, nos próximos anos, o Brasil poderá consolidar-se como uma terra de oportunidades e de prosperidade, transformando-se numa nação desenvolvida. Avançaremos mais rapidamente nessa direção, se soubermos qualificar o debate político.

Minhas amigas e meus amigos,

Quero dar os parabéns à companheira Dilma Roussef. Para mim, primeiro trabalhador eleito Presidente da República, será motivo de grande satisfação transmitir a faixa presidencial, no próximo dia 1º de janeiro, à primeira mulher eleita Presidente da República. Tenho perfeita consciência do imenso simbolismo desse ato.

Ele proclamará ao mundo inteiro – e a nós mesmos – que somos um País com instituições consolidadas, capazes de absorver mudanças e progressos. E que somos também um País que aprendeu a duras penas que não há preconceito, por mais forte que seja, que não possa ser vencido e superado pela tenacidade do povo.

Simbolicamente, estaremos proclamando ainda que ninguém é melhor do que ninguém. Não importam as diferenças de origem social, de sexo, de sotaque ou de fortuna. Somos todos brasileiros. E todos devem ter oportunidades iguais, o direito a sonhar com dias melhores e o apoio para melhorar sua vida e a de sua família.

Boa noite!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Imprensa gerou ódio contra nordestinos em São Paulo




sexta-feira, 5 de novembro de 2010


A campanha que os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, a revista Veja e a Rede Globo, entre outros, empreenderam junto aos paulistas visando eleger José Serra presidente da República foi a verdadeira responsável por incitar o ódio contra nordestinos que se viu nas redes sociais no último domingo, após a confirmação da vitória de Dilma Rousseff.

Na verdade, para fazer justiça à campanha de Serra, não se tem maior conhecimento de ações suas no sentido de caricaturar o eleitorado de Dilma Rousseff – bem como o de Lula, sobretudo em 2006 – como sendo “nordestino”, “ignorante”, “desinformado” e “comprado” pelo “Bolsa Família”.

O bombardeio midiático sobre a população paulista começou no limiar de 2006, quando o presidente Lula passou a ostentar índices crescentes de aprovação nas pesquisas até se reeleger ao fim daquele ano.

No final de 2005, com o escândalo do mensalão sendo martelado incessantemente pelas imprensas de São Paulo e do Rio – que espalhavam seus conteúdos por meios de comunicação regionais de todo país, só que com bem menos sucesso do que em São Paulo –, Lula chegara ao fim daquele ano em queda nas pesquisas.

Apesar de haver suspeitas sobre aquelas pesquisas, o fato é que logo depois do ano novo, já em 2006, uma pesquisa do instituto Sensus mostrava reação do presidente, tendência que só faria aumentar até que ele finalmente derrotasse o tucano Geraldo Alckmin com uma enxurrada de votos.

Naquele momento, com as pesquisas desafiando os desejos eleitorais dos barões da imprensa, esta passou a promover verdadeira lavagem cerebral em a sua “clientela”, ou seja, nos setores de classe média-alta e alta que agora se constata que chegam à irracionalidade e à delinqüência movidos pelos preconceitos que lhes foram inoculados.

A imagem que ilustra este texto – o mapa do Brasil tingido de vermelho e azul conforme as regiões do país em que venceram Dilma e Serra – coroou uma campanha midiática que durou pelo menos quatro anos e que foi empreendida através das “análises” das pesquisas pelos veículos supra mencionados.

Aquelas análises reiteravam, vez após outra, que o eleitorado de Lula e – agora – Dilma era composto por “nordestinos” de “menor instrução” e “desinformados”, como se fosse possível alguém se esconder do tsunami antipetista que inundou os meios de comunicação nos últimos anos.

Apesar de a campanha de Serra ter incitado um ódio na sociedade que gerou até enfrentamento entre partidários tucanos e petistas em mais de uma ocasião, essa mesma campanha não promoveu preconceito contra nordestinos nem em São Paulo nem em parte alguma, até porque o candidato precisava dos votos do Nordeste.

Coube à imprensa paulista-carioca realizar essa insanidade de jogar brasileiros contra brasileiros. E talvez não tenha sido nem por estratégia eleitoral – e, se foi, tratou-se de uma burrice desmedida. É forte a impressão de que a caricatura que essa imprensa fez do eleitor médio de Lula e Dilma teve origem em uma birra infantil dos barões midiáticos.

Diante da constatação da insanidade que se apossou daqueles jovens de classe média alta nas redes sociais no último domingo, um dos veículos que mais difundiu as premissas das quais partiram os degenerados juvenis teve a audácia de publicar editorial criticando o produto de seu “jornalismo”, reconhecendo que Dilma não precisaria do Nordeste para vencer.

Na última quinta-feira, quatro dias depois da explosão racista de jovens paulistas na internet, a Folha de São Paulo publicou o editorial em questão (abaixo).

Intolerância na rede

Uma parcela minoritária de eleitores insatisfeitos com a vitória de Dilma Rousseff incentivou uma onda de mensagens preconceituosas na internet contra nordestinos -aos quais atribui o sucesso eleitoral da ex-ministra.

Ataques mais extremados vociferam desejos separatistas e propõem, numa sombria caricatura nazista, que se construam “câmaras de gás” para eliminar a população do Nordeste.

São demonstrações que vêm no rastro do discurso sectário e da disputa política desqualificada que encontram na rede de computadores fértil território para prosperar. Ataques de baixo nível, ofensas, injúrias e disseminação intencional de boatos -nada disso faltou nos palanques virtuais ao longo da campanha eleitoral.

O caráter até certo ponto ambíguo das manifestações que acontecem nas chamadas redes sociais, nas quais conversas entre pessoas e comunidades transitam numa zona cinzenta entre o público e o privado, contribui para afirmar o mito do “território livre” que acompanha a internet desde o início de sua difusão. É como se ali todos estivessem protegidos não pelas leis, mas das leis – que só valeriam para casos extremos como crimes financeiros ou sexuais.

Não é demais lembrar que há no Brasil legislação para punir manifestações de racismo, não fazendo nenhuma ressalva para quando elas irrompem na internet. É acertada, portanto, a decisão da seção pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil de denunciar, por racismo e incitação de crime, uma das responsáveis pelos ataques ao afirmar em sua página que “nordestino não é gente”.

No mais, embora não seja este o cerne da questão, são incorretas as informações utilizadas pelos promotores da intolerância como esteio para a sua falta de razão. Em que pese a larga margem conquistada por Dilma Rousseff sobre José Serra em Estados do Nordeste, a petista venceria o pleito mesmo se os votos da região não fossem computados.

O editorial, por razões óbvias, passa ao largo da razão pela qual surgiu essa crença equivocada desse setor da população paulista na versão de que Dilma – e, antes dela, Lula – tenha sido eleita graças ao Nordeste. Esquiva-se, de forma patética, de analisar de onde veio essa mentalidade bizarra.

O que vem acontecendo em São Paulo por conta desse noticiário incitante ao preconceito racial, geográfico, cultural e político já fugiu ao controle outras vezes. Logo após o primeiro turno, este blog denunciou um inédito “bullying eleitoral” entre crianças na escola, prova de que começa cedo a doutrinação racista entre os setores mais abastados da população paulista.

A deformidade social que estes fatos revelam, portanto, precisa desencadear uma discussão sobre os limites entre a liberdade de imprensa e a pura e simples inoculação de ódios e preconceitos variados na sociedade. A imprensa deve ser livre para difundir idéias que resultem em confrontos sociais?

Não se pede que os fatos sejam omitidos, mas quando a interpretação deles é enviesada e imprecisa – pois Dilma e Lula sempre tiveram amplo apoio mesmo entre os setores mais ricos e escolarizados, ainda que, em alguns momentos, um pouco menor do que os adversários – as conseqüências podem ser nefastas.

A experiência induz à crença de que nos próximos anos esses meios de comunicação persistirão na prática de insuflar o Sul e o Sudeste contra o Norte e o Nordeste, como que responsabilizando-os por uma conjuntura política adversa para os grupos políticos que apóiam. A grande questão é sobre até que ponto farão esse ódio crescer.

Blog da Cidadania

http://profdiafonso.blogspot.com/2010/11/imprensa-gerou-odio-contra-nordestinos.html?utm_content=%23LULA++%23DILMA+%23SERRA&utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter&utm_campaign=%23LULA+%23DILMA+%23SERRA&utm_term=%23LULA+%23DILMA+%23SERRA

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CAMPANHA INSTIGOU ÓDIO E PRECONCEITO



O PIG continua a toda: na segunda-feira, nem tinham ainda acordado os aliados e coordenadores da campanha da presidente eleita, e já os jornalões anunciavam crise entre os aliados de Dilma.

Isso é só uma amostra do que vem por aí.

Mas, não foi só no PIG que o bicho pegou: no Tweeter, os derrotados destilaram ódio e preconceito. Também a eles os eleitores de Dilma responderam à altura, dando uma lição de civilidade e de respeito.

Algumas pessoas foram longe demais: ainda entorpecidos pela campanha de ódio do candidato derrotado, passaram a destilar preconceito contra o bravo povo nordestino, por exemplo.

Como lição, vejam o que aconteceu com uma dessas pessoas, na reportagem abaixo, tirada do portal do UOL


(http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/11/03/usuaria-do-twitter-respondera-na-justica-por-preconceito-contra-nordestinos.jhtm)

03/11/2010 - 13h58 / Atualizada 03/11/2010 - 14h16
Usuária do Twitter responderá na Justiça por crime de preconceito contra nordestinos
GUILHERME TAGIAROLI Do UOL Tecnologia




A OAB-PE (Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco) vai entrar com uma ação nesta quinta-feira (4) contra uma usuária do Twitter Mayara Petruso, que ganhou fama na internet após publicar comentários ofensivos contra o povo nordestino. Após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, a jovem postou “Nordestisto [sic] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”.


De acordo com Henrique Mariano, presidente da OAB-PE, a entidade está concluindo a reunião de provas contra a jovem que, ainda segundo a OAB, é paulistana e estudante de direito. Ela responderá pelos crimes de racismo e incitação pública de ato delituoso -- no caso, homicídio. O processo será entregue ao Ministério Público Federal. O crime de racismo, além de inafiançável, tem pena que varia entre dois e cinco anos de cadeia. Já o de incitação pública a delito varia de três a seis meses de detenção.


Caso a estudante faça estágio na área de Direito e tenha registro na OAB-SP, a OAB-PE entrará com um processo administrativo para cassar sua licença. "Como uma acadêmica de Direito promove um ato tão degradante?" questionou o presidente da OAB-PE.


Henrique Mariano afirma que a ação tem como base uma reportagem de “O Diário de Pernambuco”. No texto divulgado na segunda-feira (1), a publicação relata como os usuários brasileiros do microblog trocaram provocações após @mayarapetruso (o perfil já foi deletado) ter manifestado com a frase preconceituosa sua insatisfação com a vitória de Dilma.


Os tuiteiros reagiram e criaram a campanha #Orgulhodesernordestino, que ficou entre os termos postados no Twitter em todo o mundo, segundo os “Trend Topics” do microblog. Também ganhou destaque o site Xenofobianao, com imagens de tuítes dos internautas que fazem críticas ao nordeste e nordestinos. Também no fórum de UOL Jogos, os usuários debatem o tema e destacam mensagens de preconceito na web.


Diante da reação em massa, a jovem escreveu no início da semana um pedido de desculpas em sua página no Orkut: “minhas sinceras desculpas ao post colocado no ar, o que era algo para atingir outro foco, acabou saindo fora de controle. Não tenho problemas com essas pessoas, pelo contrário. Errar é humano. Desculpas mais uma vez”. Nesta quarta (3), o texto já não é mais exibido; aparentemente, sua página foi invadida e o conteúdo, trocado.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PRIMEIRO PRONUNCIAMENTO DE DILMA COMO PRESIDENTE(íntegra)


Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui. Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida. Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.
Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.
Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.
Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.
Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões.
O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família.
É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte.
A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro. Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico.
Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo. Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental.
Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredí-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa. Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.
Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado. Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada.



NÃO SE CHUTA CACHORRO MORTO, MAS...



Não, não se chuta cachorro morto. Mas há um cachorro que vou ter prazer em chutar, mesmo que ele insista que não morreu: José Serra.

Não estou falando do cachorro em termos pessoais, mas políticos.

O cachorro-político José Serra revelou sua verdadeira face nesta campanha: disseminou e permitiu que se disseminassem o ódio, o preconceito e a mentira, com ataques seus, de sua mulher, de seus correligionários à honra de sua adversária.

Tentou ganhar no grito, na farsa de uma bolinha de papel, na certeza de que tinha o apoio da imprensa, para dar veracidade a um enredo de commedia dell’arte, acabando por se tornar, ele mesmo, o palhaço de suas próprias mentiras.

Trouxe para discussão política temas absolutamente avessos a um estado democrático e laico, como o brasileiro, ao tocar em temas moralistas, como a fé e a crença, despertando ódios antigos de fanatismos religiosos medievais.

Tentou incutir em seus eleitores mais moralistas a demonização do aborto, como se essa prática que mata milhares de mulheres todos os anos fosse assunto de campanha e não de saúde pública, em que o Estado não pode ficar ausente e permitir tal morticínio apenas por preconceito.

Importou dos Estados Unidos especialistas em redes sociais para treinar os chamados troleiros – indivíduos que disseminam inverdades pela rede mundial – com a finalidade de confundir os eleitores, através de notícias falsas, de ataques raivosos à sua adversária.

Contou com a colaboração de uma certa imprensa canalha, que esconde sua preferência e seus posicionamentos ideológicos fascistas atrás da disseminação de inverdades, com a única finalidade de interferir no resultado das eleições, conforme seus interesses escusos, ou seja, de mais verbas ou da venda de seus produtos a governadores corruptos, como o próprio Serra fez em São Paulo, ao alavancar os negócios de uma determinada editora ligada a jornais e revistas de grande circulação com a compra de milhares de exemplares a serem distribuídos na rede escolar. Pobres crianças, a terem de engolir o lixo ideológico dessa gente!

Moralizou ao extremo o seu discurso de direita, para tentar passar a seus eleitores, de forma implícita, que ele era o enviado, num discurso salvacionista que incutia a tese de que só a fé podia livrar o País das garras do demônio.

Jogou na lama o seu passado – até respeitável, em termos políticos – ao adotar preceitos da direita mais empedernida e raivosa, como a condenação aos programas sociais do governo, desmentindo-se depois que a grita geral ameaçou sua campanha; e ao colocar sua ambição pessoal acima de qualquer valor cívico que diz preservar, mas só o faz da boca para fora.

Escondeu de todas as formas possíveis sua vocação privatista, fazendo falsas juras de amor às empresas estatais, enquanto seus correligionários avançavam negociações para a venda do patrimônio público, na calada da noite, em hotéis distantes, com grandes empresários estrangeiros.

Prometeu terminar o mandato de prefeito de São Paulo, mas renunciou dois anos depois para candidatar-se ao governo estadual, porque na prefeitura não obteria sem despertar grandes suspeitas o capital necessário para sua campanha presidencial, com a negociação de propina com grandes empreiteiras que tocavam e tocam obras gigantescas, como Rodoanel.

Não falou uma vez sequer em propostas para a política externa do Brasil, já que pretendia realinhar o País aos Estados Unidos da América, como sempre o fizeram todos os presidentes antes de Lula, voltando a deixar de joelhos diante do gigante do norte o povo brasileiro, num claro desrespeito às conquistas de independência levadas a efeito até agora, pelo atual presidente.

Desrespeitou a inteligência do eleitor, ao prometer mudar uma política econômica que vem dando certo e que livrou o País da dependência do FMI, sem dizer exatamente que mudanças seriam essas, escondendo suas verdadeiras intenções privatistas e de subserviência ao capital estrangeiro.

Criticou duramente os juros altos do atual governo, que estão na casa dos 10%, esquecendo-se de que, como ministro do governo anterior, foi conivente com taxas acima de 25%, que consumiam a poupança do povo e deixavam o País à mercê do capital especulativo internacional, empobrecendo ainda mais os mais pobres.

Enfim, mentiu, acusou, levantou suspeitas sem provas, atacou a honra de sua adversária ou deixou que seus correligionários o fizessem através das redes socias da internet ou através da imprensa golpista que o apoiava.

Por isso, chuto, sim, esse cachorro morto que, espero, não ressuscite nunca mais para trazer mais mentiras, mais preconceito, mais ódio a um povo que não merece passar por isso de novo.