ESTE BLOG EXISTE para deixar bem claro à imprensa golpista, o PIG, e à direita hidrófoba que há gente de olho neles!

sábado, 25 de setembro de 2010

IMPRENSA LIVRE? O QUE É ISSO?





O jornal, tal como o conhecemos hoje, nasceu no século XIX.

Passou pelo século XX aos trancos e barrancos.

Resistirá ao século XXI?

Não sabemos. Só o que sabemos é que do jeito que está, não pode continuar.

A velha imprensa (grande, gorda, corporativista) está morrendo. Viva a nova imprensa!

E quem é a nova imprensa?

Provavelmente, a internet, onde há realmente LIBERDADE!

Os jornalões terão que se redefinir quanto a seus objetivos (talvez, só a informação? talvez só a opinião clara e transparente, sem os subterfúgios de uma pretensa isenção que nunca houve? – Não sabemos) e quanto a seu público, encontrando, talvez, nichos específicos de leitores.

Enfim, o que não dá para continuar é termos conglomerados de informação, com interesses específicos, ideologias específicas, mentindo, caluniando, desinformando, sob a égide de uma pseudo-liberdade de imprensa que eles, os donos desses conglomerados, não permitem a seus jornalistas.

Abaixo, um texto de Honoré de Balzac, o grande Balzac, que, no romance ILUSÕES PERDIDAS, retrata muito bem o nascimento da imprensa e tem todos os motivos do mundo para mostrar como nasceu podre uma invenção que devia melhorar o mundo, mas (com honrosas exceções) só tem servido a interesses financeiros e políticos de quem não detém o poder concedido pelo povo, mas traz reféns os poderosos e manipula a consciência pública.

Para ler e meditar, nesses tempos bicudos de tentativa de golpe de uma certa imprensa brasileira que não não admite críticas e quer ser a vestal em casa de putas:




O jornal em vez de ser um sacerdócio, tornou-se um meio para os partidos, e de um meio passou a ser um negócio. Não tem fé nem lei. Todo jornal é, como disse Blondet, uma loja onde se vendem ao público palavras da cor que deseja. Se houvesse um jornal dos corcundas, haveria de provar noite e dia a beleza, a bondade, a necessidade dos corcundas. Um jornal não é feito para esclarecer, mas para lisonjear as opiniões. Desse modo, todos os jornais serão, dentro de algum tempo, covardes, hipócritas, infames, mentirosos, assassinos. Matarão as idéias, os sistemas, os homens, e, por isso mesmo, hão de tornar-se florescentes. Terão a vantagem de todos os seres pensantes: o mal será feito sem que ninguém seja o culpado. Eu serei – eu, Vignon -, vocês serão, tu Lousteau, tu Blondet, tu Finot -, Aristides, Platões, Catões, homens de Plutarco; seremos todos inocentes, poderemos lavar-nos as mãos de toda infâmia. Napoleão explicou a causa desse fenômeno moral – ou imoral, como quiserem – numa frase sublime que lhe foi inspirada pelos seus estudos sobre a Convenção: “Os crimes coletivos não comprometem ninguém”. O jornal pode permitir-se o procedimento mais atroz, ninguém se julga pessoalmente conspurcado por isso.

As Ilusões Perdidas (Trad.: Ernesto Pelanda e Mário Quintana)

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