ESTE BLOG EXISTE para deixar bem claro à imprensa golpista, o PIG, e à direita hidrófoba que há gente de olho neles!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

QUE PALHAÇADA É ESSA, SEU ZÉ?





Para que dois documentos para votar?

Então, caiu no Supremo a ação do PT.

Dos dez ministros, SETE já haviam concordado que não há necessidade de dois documentos para votar.

Favas contadas.

Nada disso: o Zé liga para o Mendes (sempre ele!) e o imbecil pede vistas.

Para quê?

Só para tumultuar o julgamento e atender ao pedido do Zé, que quer tirar uns votinhos da Dilma!

Leiam a palhaçada, na reportagem que saiu no PIG-FOLHÃO:




30/09/2010 - 08h31

Após ligação de Serra, Gilmar Mendes para sessão sobre documentos para votar


MOACYR LOPES JUNIOR
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO




Serra fala ao celular com o ministro Gilmar Mendes em auditório onde se reuniu com entidades de servidores


Após receber uma ligação do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar.

Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro com representantes de servidores públicos em São Paulo. A solicitação foi testemunhada pela Folha.

No fim da tarde, Mendes pediu vista, adiando o julgamento. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.

A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos é apontada por tucanos como um fator a favor de Serra e contra sua adversária, Dilma Rousseff (PT).

A petista tem o dobro da intenção de votos de Serra entre os eleitores com menor nível de escolaridade.


Após pedir que o assessor ligasse para o ministro, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens. O funcionário o informou que o ministro do STF estava do outro lado da linha.

Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como "meu presidente". Durante a conversa, caminhou pelo auditório onde ocorria o encontro. Após desligar, brincou com os jornalistas: "O que estão xeretando?"

Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes negaram a existência da conversa.
Para tucanos, a exigência da apresentação de dois documentos pode aumentar a abstenção nas faixas de menor escolaridade.


Temendo o impacto sobre essa fatia do eleitorado, o PT entrou com a ação pedindo a derrubada da exigência.

O resultado do julgamento já está praticamente definido, mas o seu final depende agora de Mendes.

Se o Supremo não julgar a ação a tempo das eleições, no próximo domingo, continuará valendo a exigência.

À Folha, o ministro disse que pretende apresentar seu voto na sessão de hoje.

Antes da interrupção, foi consenso entro os ministros que votaram que o eleitor não pode ser proibido de votar pelo fato de não possuir ou ter perdido o título.

Votaram assim a relatora da ação, ministra Ellen Gracie, e os colegas José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.

Para eles, o título, por si só, não garante que não ocorram fraudes. Argumentam ainda que os dados do eleitor já estão presentes, tanto na sessão, quanto na urna em que ele vota, sendo suficiente apenas a apresentação do documento com foto.

"A apresentação do título de eleitor não é tão indispensável quanto a do documento com fotografia", afirmou Ellen Gracie.

O ministro Marco Aurélio afirmou que ele próprio teve de confirmar se tinha consigo seu título de eleitor. "Procurei em minha residência o meu título", disse. "Felizmente, sou minimamente organizado".

A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos foi definida em setembro de 2009, quando o Congresso Nacional aprovou uma minirreforma eleitoral.

O PT resolveu entrar com a ação direta de inconstitucionalidade semana passada por temer que a nova exigência provoque aumento nas abstenções.

O advogado do PT, José Gerardo Grossi, afirmou que a exigência de dois documentos para o voto é um "excesso". "Parece que já temos um sistema suficientemente seguro para que se exija mais segurança", disse.

Colaboraram FELIPE SELIGMAN e LARISSA GUIMARÃES, da Sucursal de Brasília

QUE PALHAÇADA É ESSA, SEU ZÉ?



Para que dois documentos para votar?

Então, caiu no Supremo a ação do PT.

Dos dez ministros, SETE já haviam concordado que não há necessidade de dois documentos para votar.

Favas contadas.

Nada disso: o Zé liga para o Mendes (sempre ele!) e o imbecil pede vistas.

Para quê?

Só para tumultuar o julgamento e atender ao pedido do Zé, que quer tirar uns votinhos da Dilma!

Leiam a palhaçada, na reportagem que saiu no PIG-FOLHÃO:




30/09/2010 - 08h31
Após ligação de Serra, Gilmar Mendes para sessão sobre documentos para votar
MOACYR LOPES JUNIOR
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Após receber uma ligação do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar.
Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro com representantes de servidores públicos em São Paulo. A solicitação foi testemunhada pela Folha.
No fim da tarde, Mendes pediu vista, adiando o julgamento. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.
A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos é apontada por tucanos como um fator a favor de Serra e contra sua adversária, Dilma Rousseff (PT).



A petista tem o dobro da intenção de votos de Serra entre os eleitores com menor nível de escolaridade.
Após pedir que o assessor ligasse para o ministro, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens. O funcionário o informou que o ministro do STF estava do outro lado da linha.
Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como "meu presidente". Durante a conversa, caminhou pelo auditório onde ocorria o encontro. Após desligar, brincou com os jornalistas: "O que estão xeretando?"
Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes negaram a existência da conversa.
Para tucanos, a exigência da apresentação de dois documentos pode aumentar a abstenção nas faixas de menor escolaridade.
Temendo o impacto sobre essa fatia do eleitorado, o PT entrou com a ação pedindo a derrubada da exigência.
O resultado do julgamento já está praticamente definido, mas o seu final depende agora de Mendes.
Se o Supremo não julgar a ação a tempo das eleições, no próximo domingo, continuará valendo a exigência.
À Folha, o ministro disse que pretende apresentar seu voto na sessão de hoje.
Antes da interrupção, foi consenso entro os ministros que votaram que o eleitor não pode ser proibido de votar pelo fato de não possuir ou ter perdido o título.
Votaram assim a relatora da ação, ministra Ellen Gracie, e os colegas José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.
Para eles, o título, por si só, não garante que não ocorram fraudes. Argumentam ainda que os dados do eleitor já estão presentes, tanto na sessão, quanto na urna em que ele vota, sendo suficiente apenas a apresentação do documento com foto.
"A apresentação do título de eleitor não é tão indispensável quanto a do documento com fotografia", afirmou Ellen Gracie.
O ministro Marco Aurélio afirmou que ele próprio teve de confirmar se tinha consigo seu título de eleitor. "Procurei em minha residência o meu título", disse. "Felizmente, sou minimamente organizado."
A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos foi definida em setembro de 2009, quando o Congresso Nacional aprovou uma minirreforma eleitoral.
O PT resolveu entrar com a ação direta de inconstitucionalidade semana passada por temer que a nova exigência provoque aumento nas abstenções.
O advogado do PT, José Gerardo Grossi, afirmou que a exigência de dois documentos para o voto é um "excesso". "Parece que já temos um sistema suficientemente seguro para que se exija mais segurança", disse.
Colaboraram FELIPE SELIGMAN e LARISSA GUIMARÃES, da Sucursal de Brasília

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O PIG ESTÁ MUITO QUIETO: FIQUEMOS DE OLHO NO PIG!



A quatro dias das eleições, o PIG está até quieto demais: as manchetes contrárias ao PT e à Dilma estão bastante “comportadas”.

Fiquemos alerta! Não dá pra confiar no PIG!

Liberdade de imprensa nunca é demais. O problema é que a grande imprensa brasileira não é livre!

As empresas jornalísticas têm donos que não dão nenhuma liberdade a seus funcionários-jornalistas: eles têm que ajoelhar e rezar de acordo com as regras do patrão!

É contra isso que lutamos.

Que os patrões tenham suas preferências, como o Estadão declarou seu compromisso com o candidato da oposição, tudo bem: eles podem, e até devem, sim, ter suas opiniões e preferências.

O problema é distorcer notícias.

O problema é inventar notícias.

O problema é publicar mentiras como se fossem verdades.

O problemas é criar factoides como se fosse notícias.

O problema é não investigar se uma notícia é verdadeira ou não.

O problema é publicar calúnias como notícias.

Enfim, o PIG mente, distorce, inventa, não investiga, calunia com finalidades bem claras: interferir na decisão do povo.

Isso não é, absolutamente, liberdade de imprensa: isso é abuso, é crime.

Depois, ficam chorando que estão sob censura!

Ora, ordem judicial, por mais absurda que seja, não é censura: é ordem judicial. Que se discute nos tribunais, que é para isso que eles – os tribunais – existem.

A decisão singular de um juiz não é censura. É só a decisão desse juiz, baseada em alguma lei. Serve apenas para garantir algum direito imediato, e pode ser cassado por outro juiz.
Depois, discute-se quem tem razão num tribunal. Assim é que um ESTADO DE DIREITO, como o que vivemos, funciona.

Dizer que uma ordem judicial é censura é querer tumultuar o processo e confundir a opinião pública.

É contra esse estado de mentiras, de trapaças, de escamoteação da verdade que nós, cidadãos, lutamos.

Ninguém que já viveu numa ditadura pode ser contra a liberdade de imprensa!

Somos contra, sim, essa imprensa canalha que está aí, dizendo absurdos apenas porque têm o poder de dizê-lo.

Só para exemplificar o que dissemos, publicamos abaixo matéria da Carta Capital, na qual está muito clara a opinião dos verdadeiros democratas dessa Nação.






Campanha sobre “censura do PT” falsificou notícia



Jornais, redes, sites e canais de TV reproduziram uma mesma matéria dias atrás sobre uma suposta declaração de José Dirceu na Bahia. Segundo a matéria, ele teria "criticado o excesso de liberdade de imprensa no Brasil".

Vídeo com a fala de José Dirceu mostra que ele não só não disse isso, como afirmou exatamente o contrário. “Não existe excesso de liberdade; para quem já viveu em ditadura não existe excesso de liberdade”.

Declarações falsificadas ajudaram a alimentar a campanha sobre uma suposta ameaça à liberdade de imprensa no país. Os mesmos órgãos de imprensa que participaram dessa farsa silenciam sobre dois casos concretos de censura, protagonizados pelos tucanos José Serra e Beto Richa.


Marco Aurélio Weissheimer

Os grandes jornais, rádios e redes de TVs do Brasil publicaram dias atrás uma notícia falsa e mentirosa que deu base a uma burlesca cruzada cívica contra uma suposta ameaça à liberdade de imprensa no país, partindo do PT e do governo Lula.

No dia 14 de setembro, o jornal O Estado de São Paulo publicou matéria intitulada “Na BA, José Dirceu critica excesso de liberdade de imprensa no Brasil”.


Um trecho da “reportagem”:

Em palestra para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, na noite desta segunda-feira, 13, em Salvador, o ex-ministro da Casa Civil e líder do PT José Dirceu criticou o que chamou de "excesso de liberdade" da imprensa.

"O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa", disse.

As declarações atribuídas a José Dirceu são falsas. Mais grave ainda: ele disse exatamente o contrário: “Não existe excesso de liberdade; para quem já viveu em ditadura não existe excesso de liberdade”.

(ver vídeo no link abaixo)

A mesma matéria falsa e mentirosa foi reproduzida por dezenas de outros veículos de comunicação em todo o Brasil.

Algum desmentido? Algum “erramos”? Nada.

Do alto de uma postura arrogante e cínica, os editores desses veículos seguiram reproduzindo a "notícia".

Um outro exemplo, no mesmo contexto da suposta ameaça à liberdade de imprensa que estaria pairando sobre a vida democrática do país.

Há dois escandalosos casos concretos de censura registrados na campanha até aqui: ambos foram protagonizados por tucanos. O candidato José Serra exigiu que fossem apreendidos os arquivos de vídeo que registraram sua discussão com a jornalista Márcia Peltier, durante entrevista na CNT.

O “democrata” Serra se irritou com as perguntas, ameaçou abandonar o programa e exigiu que as fitas fossem entregues à sua equipe, o que acabou acontecendo.

O outro caso ocorreu agora no Paraná, onde o candidato do PSDB ao governo do Estado, Beto Richa, conseguiu proibir na Justiça a divulgação de pesquisas eleitorais.

Onde está a indignação e a ira dos jornalistas, juristas e intelectuais que denunciaram o “mal a ser evitado”?

O vídeo (do link abaixo) mostra que as práticas da chamada grande imprensa estão ultrapassando o âmbito da manipulação editorial e ingressando na esfera do crime organizado.

É um absurdo que jornalistas que se julguem sérios e que respeitem a profissão que abraçaram sejam cúmplices e/ou omissos diante desse tipo de coisa.

O PT e os partidos e organizações sociais que apóiam a candidatura de Dilma Rousseff poderiam convidar jornalistas internacionais para acompanhar o que está acontecendo no Brasil e divulgar para o resto do mundo esse tipo de prática.




http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16996&boletim_id=770&componente_id=12766

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

RETA FINAL DA CAMPANHA



O debate da Record foi morno.

O PIG, é claro, destacou os ataques do Zé da Moóca.

No entanto, deviam ter destacado suas “ponderações finais”, quando praticamente implorou ao eleitorado que houvesse segundo turno!

Mudou o discurso, ou mudei eu, hem, cara-pálida?

Há, ainda, o famoso debate na Globo. É preciso atenção.

Mas, só uma catástrofe de última hora pode tirar a vitória de Dilma no primeiro turno.

Como gato escaldado tem medo até de cara feia do PIG, um lamentável e improvável segundo turno não seria o fim do mundo: lembram do Picolé de Chuchu, que perdeu mais de um milhão de votos, no segundo turno?

Por isso, não vamos comemorar antes da hora, não: vamos seguir firmes na campanha. E sempre de olho – bem esperto – nas artimanhas do PIG!

Mas... já há gente pelo mundo afora dando como certa a vitória da Dilma, como se pode ver pelo excelente artigo abaixo:


The Independent sobre Dilma: O Brasil possivelmente elegerá uma líder extraordinária na próxima semana



(Dilma em 1970, segundo foto do registro policial da ditadura, que a prendeu e torturou)


A ex-guerrilheira deverá ser a mulher mais poderosa do mundo

O Brasil possivelmente elegerá uma líder extraordinária na próxima semana

Por Hugh O’Shaughnessy

Tradução: Diego Casaes, original em inglês, aqui




A mulher mais poderosa do mundo surgirá no próximo final de semana. Encorpada e cheia de força aos 63 anos, a ex-líder da resistência de uma ditadura militar (que a torturou) apoiada pelo Ocidente está se preparando para assumir seu lugar como presidenta do Brasil.

Como chefe de Estado, a presidenta Dilma Rousseff seria superior a Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA: seu enorme país, com 200 milhões de pessoas está em festa com a nova riqueza: o petróleo. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a da China, é tal que a Europa e Washington podem somentar invejar.

Sua ampla vitória prevista no pleito presidencial do próximo domingo será comemorado com prazer por milhões. Marca a destruição final do “Estado de segurança nacional”, um arranjo que governos conservadores, nos EUA e Europa, tinham como seu melhor artifício para limitar a democracia e as reformas. Esse artifício alimentou um estado em decomposição que manteve uma vasta maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorecia seus amigos ricos.

Rousseff, filha de um imigrante búlgaro e de uma professora, beneficiou-se em ser, na realidade, a primeira-ministra do imensamente popular, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com um histórico de determinação e sucesso (que inclui aparentemente ter vencido um câncer linfático), essa esposa, mãe, e avó será mulher de si mesma.

As pesquisas dizem que ela construiu uma vantagem indiscutível – de mais de 50% comparado com os 30% – sobre seu oponente mais próximo, um homem depressivo do centro chamado José Serra. Poucos têm dúvidas que ela se instalará no Palácio Presidencial da Alvorada, em Brasília, em janeiro de 2011.

Como o presidente José Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, Rousseff não se vergonha de seu passado de guerrilheira urbana que incluiu lutar contra os generais e passar um tempo na prisão como prisioneira política.

Enquanto garotinha crescendo na cidade provincial de Belo Horizonte, ela diz ter sonhado sucessivamente em se tornar uma bailarina, bombeira, e trapezista. As freiras na sua escola levaram a sua turma para a área pobre da cidade para mostrar aos alunos as lacunas entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres.

Ela se lembra que quando um jovem pedinte com olhos tristes foi à porta da casa de sua família ela rasgou uma cédula ao meio e dividiu com ele, não sabendo que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essa altura ele já tinha lhe apresentado os romances de Zola e Dostoievski. Após isso, ela e seus irmãos tiveram de trabalhar duro com sua mãe para fazer face às despesas. Aos 16, ela estava na POLOP (Política dos Trabalhadores), um grupo desligado do tradicional Partido Comunista Brasileiro que procurava trazer o socialismo para aqueles que pouco sabiam sobre isso.

Os generais tomaram o poder em 1964 e decretaram o reino do terror para defender o que chamavam de “segurança nacional”. Ela ingressou os grupos radicais secretos que não viam nada de errado em empunhar armas contra o regime militar sem legitimidade. Além de mimar os ricos e acabar com os sindicatos e as pessoas de classe mais baixa, os generais censuravam a imprensa, proibindo os editores que deixassem lacunas nos jornais e mostrar onde as notícias tinham sido apagadas.

Roussef acabou entrando na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Revolucionária Armada dos Palmares). Nos anos 1960 e 1970, os membros de tais organizações sequestravam diplomatas estrangeiros por resgate: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um emissário suíço foi trocando por 70.

Eles também atiraram em peritos em tortura estrangeiros, enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora ela diga que nunca tenha usado armas, ela foi eventualmente presa e torturada pela polícia secreta no equivalente do Brasil ao Abu Ghraib, a prisão Tirandentes em São Paulo. Ela foi sentenciada a 25 meses por “subversão” e libertada após três anos. Hoje ela abertamente confessa ter “desejado mudar o mundo”.

Em 1973, ela se mudou para o próspero estado sulista do Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, Carlos Araújo, advogado, estava complementando um período de 4 anos como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem da esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu à tensão de duas pessoas vivendo em cidades diferentes).

Ela voltou para a universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975 e teve uma filha, Paula.

Em 1986, ela foi nomeada diretora financeira de Porto Alegre, capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram agridoce para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretaria de energia do estado, e proporcionou o vasto aumento da produção de energia, garantido que o estado fosse poupado dos apagões de energia que assolavam o resto do país.

Ela construiu 1.000 km de novas linhas de energia elétrica, novas represas e estações termais de energia, ao mesmo tempo em que persuadia os cidadãos a apagar as luzes quando pudessem. Sua estrela política começou a reluzir brilhantemente. Mas em 1994, após 24 anos juntos, ela se separou de Araújo, embora aparentemente em bons termos. Ao mesmo tempo, ela estava dividida entre a vida acadêmica e a política, mas sua tentativa de adquirir o doutorado em Ciências Sociais falhou em 1998.

Em 2000, ela se projetou junto a Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que passou a mirar com sucesso a combinação de crescimento econômico com um ataque à pobreza. Os dois imediatamente se deram bem e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a nomeou chefe da Casa Civil e tem apoiado-a como sua sucessora. Ela estava ao seu lado quando o Brasil descobriu vastas reservas de petróleo no mar, ajudando o líder, o qual muitos na mídia europeia e americana denunciavam há uma década ser um provocador de naufrágios da extrema esquerda, a tirar 24 milhões de brasileiros da pobreza.

Lula esteve ao seu lado em abril do ano passado quando ela foi diagnosticada com câncer linfático, uma condição que tinha sido considerada sob controle há um ano. Relatos recentes de irregularidades financeiras entre sua equipe não parecem ter danificado sua popularidade.

Roussef deve provavelmente convidar o presidente Mujica, do Uruguai, para sua posse. O presidente Evo Morales da Bolívia, Hugo Chavez da Venezuela, e Fernando Lugo do Paraguai, outros líderes sul-americanos bem-sucedidos como ela, intemperizados com campanhas de difamação impiedosas pela mídia ocidental, também devem estar lá. Será uma celebração de decência política, e feminismo.

Representação feminina: O lugar de uma mulher… é no governo

Nos anos recentes, representação política feminina esteve em crescimento significante, com mudanças dramáticas tendo ocorrido em cantos inesperados do globo. Em alguns países, as mulheres estão dominando gabinetes e até mesmo câmaras parlamentares. Em comparação, o Reino Unido está atràs, com apenas 22% de assentos na Assembléia sendo ocupados por mulheres.

Bolívia: No gabinete boliviano, 10 homens agora são acompanhados por 10 mulheres. Em 2009, as mulheres ganharam 25% dos assentos na câmara menor, e 47% na câmara superior.

Costa Rica: Em 2010, as mulheres ganharam 39% dos assentos na câmara menor.
Argentina: Em 2009, mulheres ganharam 30% dos assentos na câmara menor e 47% na câmara maior.

Cuba: Em 2009, mulheres ganharam 41% dos assentos na câmara menor.
Rwanda: Em 2009, mulheres ganharam 56% dos assentos na câmara menor, e 35% na câmara maior.

Moçambique: Em 2009, mulheres ganharam 39% dos assentos na câmara menor.

Angola: Em 2009, mulheres ganharam 38% dos assentos na câmara menor.

Suíça: Possui uma mulher-líder do gabinete pela primeira vez. Em 2007, mulheres ganharam 29% dos assentos na câmara menor.

Alemanha: Em 2009, o gabinete tinha seis mulheres e 10 homens. As mulheres ganharam 33% dos assentos na câmara menor.

Espanha: Nove mulheres, comparado com oito homens no gabinete. Em 2008, mulheres ganharam 37% dos assentos na câmara menor.

Noruega: Quantidade igual de homens e mulheres no gabinete. Mulheres ganharam 40% dos assentos na câmara menor.

Dinamarca: Nove mulheres e 10 homens no gabinete. Em 2007, mulheres ganharam 23% dos assentos na câmara menor.

Holanda: Três mulheres e nove homens no gabinete. Em 2010, mulheres ganharam 41% dos assentos na câmara menor.

Charlotte Sewell

http://mariafro.com.br/wordpress/?p=19619

domingo, 26 de setembro de 2010

DIZER QUE DESCEU DO MURO NÃO BASTA




O Estadão explicitou seu apoio ao candidato das oligarquias, o Zé da Moóca.

Parabéns!

Agora, todos sabemos o que já sabíamos.

Que outros lhe sigam o exemplo. Podem fazer história. Sinceridade nunca é demais.

Porém, não basta descer do muro: é preciso ter ética! Ou seja, respeitar os adversários.

Se querem apoiar o Zé, que o façam. Mas não precisam, por isso, acompanhar a sujeira dos factoides, das notícias falsas, da calúnia, dos fatos noticiados sem provas, da falta de oportunidade aos denunciados de se expllicarem na mesma proporção em que são acusados.

O que nós, os “blogs sujos” queremos da mídia é isto: sinceridade e honestidade!

Apoiar um candidato é certo. Denegrir os demais não é, nunca foi e nunca será bom jornalismo. Aliás, nem jornalismo é, com absoluta certeza.

Portanto, a descida do muro do Estadão pode ser, apenas, mais uma forma de dizer: olha como somos honestos.
Mas não corresponde à realidade, se continuarem mentindo, denegrindo os adversários de seu candidato e não dando o devido direito de respostas às acusações – falsas ou mal apuradas – que continuam saindo em suas páginas.

Honestidade, cambada! Honestidade e ética.

Leiam, abaixo, o artigo de Leonardo Boff sobre a imprensa. Abre um pouco mais os horizontes de quem está a pensar seriamente sobre liberdade de imprensa neste País.



A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta. Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa.

O artigo é de Leonardo Boff(*).

Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.

Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial.

Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou.

Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública.

Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas.

O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda.

Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial.

A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.

Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.


(*) Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16986&boletim_id=766&componente_id=12728

sábado, 25 de setembro de 2010

IMPRENSA LIVRE? O QUE É ISSO?





O jornal, tal como o conhecemos hoje, nasceu no século XIX.

Passou pelo século XX aos trancos e barrancos.

Resistirá ao século XXI?

Não sabemos. Só o que sabemos é que do jeito que está, não pode continuar.

A velha imprensa (grande, gorda, corporativista) está morrendo. Viva a nova imprensa!

E quem é a nova imprensa?

Provavelmente, a internet, onde há realmente LIBERDADE!

Os jornalões terão que se redefinir quanto a seus objetivos (talvez, só a informação? talvez só a opinião clara e transparente, sem os subterfúgios de uma pretensa isenção que nunca houve? – Não sabemos) e quanto a seu público, encontrando, talvez, nichos específicos de leitores.

Enfim, o que não dá para continuar é termos conglomerados de informação, com interesses específicos, ideologias específicas, mentindo, caluniando, desinformando, sob a égide de uma pseudo-liberdade de imprensa que eles, os donos desses conglomerados, não permitem a seus jornalistas.

Abaixo, um texto de Honoré de Balzac, o grande Balzac, que, no romance ILUSÕES PERDIDAS, retrata muito bem o nascimento da imprensa e tem todos os motivos do mundo para mostrar como nasceu podre uma invenção que devia melhorar o mundo, mas (com honrosas exceções) só tem servido a interesses financeiros e políticos de quem não detém o poder concedido pelo povo, mas traz reféns os poderosos e manipula a consciência pública.

Para ler e meditar, nesses tempos bicudos de tentativa de golpe de uma certa imprensa brasileira que não não admite críticas e quer ser a vestal em casa de putas:




O jornal em vez de ser um sacerdócio, tornou-se um meio para os partidos, e de um meio passou a ser um negócio. Não tem fé nem lei. Todo jornal é, como disse Blondet, uma loja onde se vendem ao público palavras da cor que deseja. Se houvesse um jornal dos corcundas, haveria de provar noite e dia a beleza, a bondade, a necessidade dos corcundas. Um jornal não é feito para esclarecer, mas para lisonjear as opiniões. Desse modo, todos os jornais serão, dentro de algum tempo, covardes, hipócritas, infames, mentirosos, assassinos. Matarão as idéias, os sistemas, os homens, e, por isso mesmo, hão de tornar-se florescentes. Terão a vantagem de todos os seres pensantes: o mal será feito sem que ninguém seja o culpado. Eu serei – eu, Vignon -, vocês serão, tu Lousteau, tu Blondet, tu Finot -, Aristides, Platões, Catões, homens de Plutarco; seremos todos inocentes, poderemos lavar-nos as mãos de toda infâmia. Napoleão explicou a causa desse fenômeno moral – ou imoral, como quiserem – numa frase sublime que lhe foi inspirada pelos seus estudos sobre a Convenção: “Os crimes coletivos não comprometem ninguém”. O jornal pode permitir-se o procedimento mais atroz, ninguém se julga pessoalmente conspurcado por isso.

As Ilusões Perdidas (Trad.: Ernesto Pelanda e Mário Quintana)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pela ampla liberdade de expressão no Brasil

"Tentar partidarizar um protesto dos que discordam da cobertura da imprensa é tentar, isto sim, censurar e negar o direito à livre manifestação, o que fere a própria Constituição. É um gesto autoritário dos que gostam de criticar, mas não aceitam críticas – que se acham acima do Estado de Direito.

Esta visão autoritária, contrária aos próprios princípios liberais, fica explícita quando se tenta desqualificar a participação no ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, acusando-os de serem “ligados ao governo”.

Ou será que alguns estão com saudades dos tempos da ditadura, quando os lutadores sociais eram perseguidos e proibidos de se manifestar?
"
Altamiro Borges, em nome do Centro de Estudos Barão de Itararé.

Segue a carta lida pelo Altamiro Borges, em nome do Centro de Estudos Barão de Itararé.
É importante que ela seja divulgada para todos os cantos possíveis.

Pela ampla liberdade de expressão no Brasil.

O ato “contra o golpismo midiático e em defesa da democracia”, proposto e organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, adquiriu uma dimensão inesperada. Alguns veículos da chamada grande imprensa atacaram esta iniciativa de maneira caluniosa e agressiva. Afirmaram que o protesto é “chapa branca”, promovido pelos “partidos governistas” e por centrais sindicais e movimentos sociais “financiados pelo governo Lula”. De maneira torpe e desonesta, estamparam em suas manchetes que o ato é “contra a imprensa”.

Diante destas distorções, que mais uma vez mancham a história da imprensa brasileira, é preciso muita calma e serenidade. Não vamos fazer o jogo daqueles que querem tumultuar as eleições e deslegitimar o voto popular, que querem usar imagens da mídia na campanha de um determinado candidato. Esta eleição define o futuro do país e deveria ser pautada pelo debate dos grandes temas nacionais, pela busca de soluções para os graves problemas sociais. Este não é momento de baixarias e extremismos. Para evitar manipulações, alguns esclarecimentos são necessários:

1. A proposta de fazer o ato no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo teve uma razão simbólica. Neste auditório que homenageia o jornalista Vladimir Herzog, que lutou contra a censura e foi assassinado pela ditadura militar, estão muitos que sempre lutaram pela verdadeira liberdade de expressão, enquanto alguns veículos da “grande imprensa” clamaram pelo golpe, apoiaram a ditadura – que torturou, matou, perseguiu e censurou jornalistas e patriotas – e criaram impérios durante o regime militar. Os inimigos da democracia não estão no auditório Vladimir Herzog. Aqui cabe um elogio e um agradecimento à diretoria do sindicato, que procura manter este local como um espaço democrático, dos que lutam pela verdadeira liberdade de expressão no Brasil.

2. O ato, como já foi dito e repetido – mas, infelizmente, não foi registrado por certos veículos e colunistas –, foi proposto e organizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, entidade criada em maio passado, que reúne na sua direção, ampla e plural, jornalistas, blogueiros, acadêmicos, veículos progressistas e movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação. Antes mesmo do presidente Lula, no seu legítimo direito, criticar a imprensa “partidarizada” nos comícios de Juiz de Fora e Campinas, o protesto contra o golpismo midiático já estava marcado. Afirmar o contrário, insinuando que o ato foi “orquestrado”, é puro engodo. Tentar partidarizar um protesto dos que discordam da cobertura da imprensa é tentar, isto sim, censurar e negar o direito à livre manifestação, o que fere a própria Constituição. É um gesto autoritário dos que gostam de criticar, mas não aceitam críticas – que se acham acima do Estado de Direito.

3. Esta visão autoritária, contrária aos próprios princípios liberais, fica explícita quando se tenta desqualificar a participação no ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, acusando-os de serem “ligados ao governo”. Ou será que alguns estão com saudades dos tempos da ditadura, quando os lutadores sociais eram perseguidos e proibidos de se manifestar? O movimento social brasileiro tem elevado sua consciência sobre o papel estratégico da mídia. Ele é vítima constante de ataques, que visam criminalizar e satanizar suas lutas. Greves, passeatas, ocupações de terra e outras formas democráticas de pressão são tratadas como “caso de polícia”, relembrando a Velha República. Nada mais justo que critiquem os setores golpistas e antipopulares da velha mídia. Ou será que alguns veículos e até candidatos, que repetem o surrado bordão da “república sindical”, querem o retorno da chamada “ditabranda”, com censura, mortos e desaparecidos? O movimento social sabe que a democracia é vital para o avanço de suas lutas e para conquista de seus direitos. Por isso, está aqui! Ele não se intimida mais diante do terrorismo midiático.

4. Por último, é um absurdo total afirmar que este ato é “contra a imprensa” e visa “silenciar” as denúncias de irregularidades nos governos. Só os ingênuos acreditam nestas mentiras. Muitos de nós somos jornalistas e sempre lutamos contra qualquer tipo de censura (do Estado ou dos donos da mídia), sempre defendemos uma imprensa livre (inclusive da truculência de certas redações). Quem defende golpes e ditaduras, até em tempos recentes, são alguns empresários retrógrados do setor. Quem demite, persegue e censura jornalistas são os mesmos que agora se dizem defensores da “liberdade de imprensa”. Somos contra qualquer tipo de corrupção, que onera os cidadãos, e exigimos apuração rigorosa e punição exemplar dos corruptos e dos corruptores. Mas não somos ingênuos para aceitar um falso moralismo, típico udenismo, que é unilateral no denuncismo, que trata os “amigos da mídia” como santos, que descontextualiza denúncias, que destrói reputações, que desrespeita a própria Constituição, ao insistir na “presunção da culpa”. Não é só o filho da ex-ministra Erenice Guerra que está sob suspeição; outros filhos e filhas, como provou a revista CartaCapital, também mereceriam uma apuração rigorosa e uma cobertura isenta da mídia.

5- Neste ato, não queremos apenas desmascarar o golpismo midiático, o jogo sujo e pesado de um setor da imprensa brasileira. Queremos também contribuir na luta em defesa da democracia. Esta passa, mais do que nunca, pela democratização dos meios de comunicação. Não dá mais para aceitar uma mídia altamente concentrada e perigosamente manipuladora. Ela coloca em risco a própria a democracia. Vários países, inclusive os EUA, adotam medidas para o setor. Não propomos um “controle da mídia”, termo que já foi estigmatizado pelos impérios midiáticos, mas sim que a sociedade possa participar democraticamente na construção de uma comunicação mais democrática e pluralista. Neste sentido, este ato propõe algumas ações concretas:

- Desencadear de imediato uma campanha de solidariedade à revista CartaCapital, que está sendo alvo de investida recente de intimidação. É preciso fortalecer os veículos alternativos no país, que sofrem de inúmeras dificuldades para expressar suas idéias, enquanto os monopólios midiáticos abocanham quase todo o recurso publicitário. Como forma de solidariedade, sugerimos que todos assinemos publicações comprometidas com a democracia e os movimentos sociais, como a Carta Capital, Revista Fórum, Caros Amigos, Retrato do Brasil, Jornal Brasil de Fato, Revista do Brasil, Hora do Povo entre outros; sugerimos também que os movimentos sociais divulguem em seus veículos campanhas massivas de assinaturas destas publicações impressas;

- Solicitar, através de pedidos individuais e coletivos, que a vice-procuradora regional eleitoral, Dra. Sandra Cureau, peça a abertura dos contratos e contas de publicidade de outras empresas de comunicação – Editora Abril, Grupo Folha, Estadão e Organizações Globo –, a exemplo do que fez recentemente com a revista CartaCapital. É urgente uma operação “ficha limpa” na mídia brasileira. Sempre tão preocupadas com o erário público, estas empresas monopolistas não farão qualquer objeção a um pedido da Dra. Sandra Cureau.

- Deflagrar uma campanha nacional em apoio à banda larga, que vise universalizar este direito e melhorar o PNBL recentemente apresentado pelo governo federal. A internet de alta velocidade é um instrumento poderoso de democratização da comunicação, de estimulo à maior diversidade e pluralidade informativas. Ela expressa a verdadeira luta pela “liberdade de expressão” nos dias atuais. Há forte resistência à banda larga para todos, por motivos políticos e econômicos óbvios. Só a pressão social, planejada e intensa, poderá garantir a universalização deste direito humano.

- Apoiar a proposta do jurista Fábio Konder Comparato, encampada pelas entidades do setor e as centrais sindicais, do ingresso de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por omissão do parlamento na regulamentação dos artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Esta é uma justa forma de pressão para exigir que preceitos constitucionais, como o que proíbe o monopólio no setor ou o que estimula a produção independente e regional, deixem de ser letra morta e sejam colocados em prática. Este é um dos caminhos para democratizar a comunicação.

- Redigir um documento, assinado por jornalistas, blogueiros e entidades da sociedade civil, que ajude a esclarecer o que está em jogo nas eleições brasileiras e que o papel da chamada grande imprensa tem jogado neste processo decisivo para o país. Ele deverá ser amplamente divulgado em nossos veículos e será encaminhado à imprensa internacional.

Ao final do encontro foi divulgado um manifesto à nação, que estará recebendo assinaturas de adesão nos próximos dias. Para assinar o manifesto:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7080

Ato contra golpismo da mídia abarrota Sindicato dos Jornalistas

Luiza Erundina sobre o PIG:
"Não venham nos dar lição de democracia. Pagamos muito caro por esse direito"






Ato contra golpismo da mídia abarrota Sindicato dos Jornalistas

Foto: Luana Bonone
Fonte: VERMELHO
A irreverência foi a principal arma contra o golpismo midiático no ato desta quinta-feira (23)

“Este é um ato singelo”. Riso generalizado. Com esta modéstia e muito bom humor Altamiro Borges abriu o ato contra o golpismo midiático, que não coube no auditório, no corredor e quase não coube até mesmo nas escadarias do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. O abarrotado protesto foi organizado pelo Centro Barão de Itararé na noite desta quinta-feira (23). Como assertou o presidente do Sindicato, José Augusto de Oliveira Camargo (Guto), “o desconforto é a prova do sucesso deste ato”.

A presença do SBT, do Estadão e de outros veículos da chamada grande mídia – ou “velha mídia”, como definido pelo representante do Movimento dos Sem Mídia Eduardo Guimarães – não intimidou a mesa do ato, composta por entidades de luta pela democratização da mídia, representantes dos movimentos sociais e de partidos de esquerda. Miro fez questão, inclusive, de agradecer a mobilização proporcionada pela velha mídia, referindo-se aos ataques à atividade veiculados nesta semana. “Mobilização pelo repúdio”, completou o presidente do Barão, que em seguida leu o documento intitulado “Pela ampla liberdade de expressão”.

O documento inicia com respostas a manchetes desta semana: “Após ataques de Lula, MST e centrais sindicais se juntam contra a imprensa” (O Globo); “Oposição critica ato contra a mídia apoiado pelo PT” (Estadão); “Entidades fazem ato contra a imprensa em São Paulo” (Folha), entre outras. Após valorizar a realização do ato no auditório denominado Vladmir Herzog, o documento contra-ataca: “esta visão autoritária, contrária aos próprios princípios liberais, fica explícita quando se tenta desqualificar a participação no ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, acusando-os de serem ‘ligados ao governo’. Ou será que alguns estão com saudades dos tempos da ditadura, quando os lutadores sociais eram perseguidos e proibidos de se manifestar?”

A visão do secretário de comunicação do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, presente ao ato, não é diferente: “a mídia, como expressão no plano da política, da ideologia e da comunicação social das classes dominantes do Brasil, pretende pautar o debate político, pautar a campanha eleitoral, definir os temas e adiantar vereditos sobre o que é certo e o que é errado, sobre o que é justo e o que é injusto, verdadeiro e falso. Isso significa que a mídia quer exercer uma ditadura sobre as consciências, castrando o direito à informação. Portanto, é necessário e justo que os movimentos sociais se rebelem contra isso, em nome da verdadeira democracia e da verdadeira liberdade de expressão”, declarou. Para ele, no ato desta quinta-feira “os quadros da esquerda e dos movimentos sociais expressaram a posição de não aceitar o ditame da grande imprensa, da velha imprensa”.

Propostas provocativas ou provocações propositivas?

A primeira parte da carta lida por Miro é finalizada com a defesa da liberdade de expressão e em seguida são apresentadas cinco propostas, dentre as quais a solicitação de abertura dos contratos e contas de publicidade de veículos da Editora Abril, dos grupos Estadão e Folha e das organizações Globo. O pedido é direcionado à vice-procuradora regional eleitoral, Dra. Sandra Cureau, “a exemplo do que fez recentemente com a revista Carta Capital”. Segundo o documento, “é urgente uma operação ‘ficha limpa’ na mídia brasileira”.


Depois foi a vez do presidente do Sindicato dos Jornalistas ler a nota “Em defesa dos jornalistas, da ética e do direito à informação”, que esclarece o apoio do sindicato ao ato e é assinada por ele. Segundo Guto, a nota se fez necessária porque a divulgação de que se tratava de um ato “contra a imprensa” fez com que o sindicato recebesse inúmeras ligações questionando sua postura.

Sob gritos como "Serra é Frias!", vindos da muvuca que se acomodava no pequeno auditório, falaram no ato, ainda, o vice-presidente da CGTB, Ubiraci Dantas (Bira), representando o movimento sindical (estiveram no ato, ainda, CTB, Nova Central, Força Sindical e CUT); o presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), Joaquim Palhares; o representante do MST, Gilmar Mauro, e o do Movimento dos Sem Mídia, Eduardo Guimarães; além dos representantes de partidos: o jornalista Osvaldo Maneschy (PDT) – que fez uma respeitável referência ao histórico dirigente do partido Leonel Brizola –, a deputada federal Luiza Erundina (PSB) e o presidente do PCdoB, Renato Rabelo. A UNE também foi citada como apoiadora do ato.

Se falam bem, estamos mal

Gilmar Mauro zombou da velha mídia ao dizer que estava se divertindo, e explicou: “em que pesem os ataques, o povo ta se lixando”. Ao dizer que o MST assina embaixo do documento lido por Miro, Gilmar disse ainda que "quando começarem a falar bem de nós, é porque estamos errados", e deixou um recado: “o próximo governo tem que investir na democratização da mídia”.

Já Eduardo Guimarães disse sentir “vergonha alheia” pelo comportamento da velha mídia: “essa gente é risível, dizendo que nós queremos censurar impérios de comunicação que faturam bilhões...! Tenham noção do ridículo”. E finalizou com uma provocação: “será que os leitores dessa velha mídia não perguntam ‘o que pensam esses bichos-papões?’”. E completou “no dia 3 nós vamos responder”, referindo-se às eleições.

Quem tem história, tem autoridade

Para Renato Rabelo, o ato foi “emblemático”. Após dizer que a mídia vem radicalizando a luta política no país, Renato afirmou que “o PCdoB tem autoridade para dizer que nós somos os defensores da liberdade de expressão, não eles. Na Ditadura Militar, de que lado eles ficaram?”. Em seguida, fez troça do discurso utilizado por alguns veículos do “autoritarismo” do presidente Lula, assegurando: “não tem país no mundo que tem essa liberdade de imprensa que tem o Brasil”. Para Renato, a velha mídia vai além do golpismo, “é conspiração”.

A última a falar foi também a mais aplaudida. Reconhecida pela sua luta em defesa da democratização da comunicação, Luiza Erundina fez referência à 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e disparou: “sabe por que eles estão bravos? Porque deu certo o primeiro presidente operário... Sabe por que a reação irada? Porque vamos eleger a primeira mulher presidente, e no primeiro turno!”. A fala final de Erundina resume um pouco do sentimento do ato: “Não venham nos dar lição sobre democracia, nós pagamos muito caro por esta democracia que temos”.

Na avaliação de José Reinaldo, o ato foi “magnífico” e “consolidou a Barão de Itararé e suas entidades coligadas como parte constitutiva do movimento social brasileiro, portador da bandeira contra o terrorismo midiático e pela verdadeira liberdade de expressão”.

De São Paulo, Luana Bonone

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PIG SE DESESPERA E CONVOCA PARA MANIFESTO EM DEFESA DO GOLPE

PIG - PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA SE DESESPERA E FAZ MANIFESTO EM DEFESA DO GOLPE.

DEPOIS DA HISTERISMO COLETIVO QUE SE ABATEU ONTEM E HOJE NO PIG NA TENTATIVA DESESPERADA DE DESQUALIFICAR O ATO PÚBLICO CONTRA O O GOLPE MIDIÁTICO.

O ESTADÃO SE SUPEROU E CONVOCOU A MASSA CHEIROSA PARA UM ATO EM DEFESA DO GOLPE, NOS MOLDES DO CANSEI!

PARECE PIADA MAIS NÃO É! O ATO SE CHAMA "MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA" E DENTRE OUTRAS COISA ACUSA LULA DE AUTORITÁRIO E DE SER CONTRA A LIBERDADE DE IMPRENSA.

DEIXO CLARO QUE NUNCA ANTES DA HISTÓRIA DESSE PAÍS UM PRESIDENTE FOI TÃO MASSACRADO PELO MÍDIA!

Reproduzo o texto do Blog Cloaca News
Sobre certa notícia estampada hoje no portal dos marginais quatrocentões do Tietê, temos a dizer o seguinte:
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MANIFESTO EM DEFESA DO GOLPE
Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam em certos veículos de imprensa para solapar o governo democrático e vitorioso do Presidente Lula.

É intolerável assistir ao uso de certos jornais, revistas e emissoras de rádio e TV como extensão de um partido político, máquina de assassinatos de reputação e de agressão à inteligência dos cidadãos.


É inaceitável que o Caixa 2 do PSDB tenha convertido certos órgãos de imprensa em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que a Rede Globo, a Folha, o Estadão e a Veja escondam dos noticiários que vemos as conquistas do país em que vivemos, no qual a miséria está sendo eliminada, a prosperidade é visível e a auto-estima do povo resgatada do limbo.


É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de jornalismo pestilento, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

É constrangedor que o Presidente da República seja achincalhado nas vinte e quatro horas do dia. Não há ''depois do expediente'' para um Chefe de Estado.

É aviltante que o governo financie a ação de grupos midiáticos que pregam abertamente um golpe de estado, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas independentes e blogs pés-de-chulé às determinações de um partido político e de seus interesses espúrios.


É repugnante que essa mesma máquina de moer biografias tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a inclusão social e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

É um insulto à República que o Poder Judiciário seja tratado como mera extensão do Jardim Botânico, explicitando o intento de enrabar o Presidente. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de, em nome da Democracia, aturar essa corja de golpistas cheirosos.

Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder o obriguem a ouvir calado tanto desaforo. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.


Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de imprensa golpista. Basta de canalhice!

Também reproduzo o texto do Blog da Cidadania:

Foi uma festa. Os estafetas da imprensa golpista desandaram a atacar o ato público contra o golpismo midiático que terá lugar amanhã à noitinha em São Paulo, no Sindicato dos Jornalistas, no centro da capital paulista. Para tanto, contaram com a prestimosa contribuição do presidente da OAB nacional, o mesmo que ajudou a legitimar o tiroteio contra a Casa Civil.

Outros bate-paus foram os de sempre – Josias de Souza, Noblat, Reinaldo Azevedo, além de matérias nos principais jornais, telejornais e portais da internet. Na Globo News, um frangote engomadinho dava voz à diatribe do indefectível Merval Pereira, naturalmente contra blogs que seriam “Todos financiados pelo governo Lula”.

O presidente do PSDB, partido aliado dos setores da imprensa que ajudaram a dar o golpe de 1964, também desmentiu que esses setores estejam ajudando o seu candidato. A nota que ele emitiu foi exibida pelos veículos acusados de partidarismo. Cita “atentado à democracia” e outras baboseiras para se referir ao ato público de amanhã.

Apesar da defesa dos beneficiados pelo favorecimento midiático e dos que os favorecem, enquetes nos portais UOL e Globo sobre se a imprensa favorece ou não algum candidato dão conta de que a maioria esmagadora dos que responderam a tal enquete consideram que favorece a Serra, sim…

Pesquisa realizada pela Folha de São Paulo entre os seus leitores e publicada hoje pelo jornal também revela que, depois do início da campanha eleitoral, os que acreditam que o veículo favorece a Serra e prejudica a Dilma aumentaram de 2% para 11%.

Vale lembrar que entre o leitorado da Folha, segundo a sua pesquisa, à diferença do que acontece no Brasil real Serra tem 50% das intenções de voto e Marina Silva, 21%. Dilma fica na terceira posição, com 15%, uma diferença de 35 pontos percentuais para a sua real intenção de voto no país.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, no mesmo dia do ato público contra golpistas midiáticos que até entre seu público vão sendo percebidos como tal, Reinaldo Azevedo e Merval Pereira irão dar um showzinho pornogolpista para milicos de pijama se masturbarem.

O ponto alto da orgia golpista serão os devaneios de jogarem contra a democracia tropas que no golpe de 1964 eram esfaimadas e mal-pagas, mas que, hoje, ascendem socialmente e melhoram de padrão de vida tanto quanto o resto do povo.

Enfim, enquanto nos acusam de tudo, aos que nos manifestaremos contra a imprensa que tanto já atentou contra a democracia no Brasil, Azevedos, Mainardis, Jabores, Leitões – e leitoas –, Cantanhêdes, Rossis, Josias, Noblats, Mervais, Soninhas e outros espécimes raros silenciam sobre o fato de que os veículos dos seus patrões jamais cogitaram dar aos acusados o direito a dizerem a versão deles.

Como presidente de uma ONG que, por essas e por outras, declarou-se Movimento dos Sem Mídia, eu jamais poderia faltar ao ato contra a imprensa golpista que acontecerá amanhã na rua Rego Freitas, número 530, às 19 horas. Todos os que estarão lá podem se considerar “sem-mídia” tanto quanto eu e aqueles que, comigo, formam um movimento que só faz crescer.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

JOSÉ SERRA FOI O GOVERNADOR QUE MAIS INVESTIU EM ESGOTO NO BRASIL

DESDE ANTES DO ALAGAMENTO DO JARDIM PANTANAL, JOSÉ SERRA SEMPRE FOI MUITO PREOCUPADO COM AS QUESTÕES SANITÁRIAS NO ESTADO DE SÃO PAULO.

POR ISSO, SEMPRE INVESTIU MUITOS MILHÕES (DINHEIRO DO CONTRIBUINTE) EM ESGOTO NO ESTADO.

TODOS SABEMOS QUE O PIG - PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA, POR MEIO DE SEUS REPRESENTADES NO ESTADO DE SÃO PAULO (VEJA - ED. ABRIL, O ESTADO DE SÃO PAULO, FOLHA DE SÃO PAULO E REVISTA ÉPOCA - DA GLOBO) ADORAM ELOGIAR SERRA.

SERIA UMA INJUSTIÇA NÃO FAZER TANTOS ELOGIOS AO EX-GOVERNADOR QUE MAIS INVESTIU DINHEIRO PÚBLICO EM ESGOTO!


Governo tucano de São Paulo é o que mais investe em esgoto no Brasil

Fonte:Blog do Saraiva

Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

Esta “comprinha” representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo. Como observou o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a Editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.

E tem mais:

O DO de 12 de maio de 2009, por exemplo, informa que o governo Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo, que desde a ‘ditabranda’ viu desabar a sua credibilidade e perdeu assinantes. Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico O Estado de S.Paulo por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Globo, por R$ 1.190.061,60.

Dra. Cureau, investigue as contas da Veja

Fonte: Blog do Miro


Por Altamiro Borges


Na semana passada, a vice-procuradora-geral eleitoral, a controvertida Sandra Cureau, enviou ofício ao jornalista Mino Carta, exigindo informações sobre a revista CartaCapital. Entre outros dados, ela cobra “relação da publicidade do governo federal dos anos 2009/2010, os respectivos contratos, bem como os valores recebidos a esse título”. Cureau dá um prazo de cinco dias para que as informações sejam remetidas, “sob pena de responsabilização nos termos do artigo 8º, parágrafo 3º, da Lei complementar nº75/93, cumulada com o artigo 330 do Código Penal”.

A iniciativa causou estranheza e revolta. Conhecendo a figura, que ganhou notoriedade por sua perseguição implacável ao presidente Lula, ficou a sensação de que ela quer intimidar a única revista de circulação nacional que adota uma linha independente e crítica na imprensa brasileira. Ela alegou que apenas atendeu ao “pedido de um cidadão”, que denunciou que a revista “apóia o governo Lula e a candidatura Dilma e que, para tanto, receberia verbas do governo federal”.

Vamos exigir outras apurações

Mino Carta, um dos jornalistas mais respeitados do país, reagiu com ironia ao pedido de Cureau. “Se ela se dedicasse, porém, à mesma investigação junto às demais editoras de jornais, revistas e outros órgãos da mídia, verificaria, talvez com alguma surpresa, que todos eles têm publicidade de instituições do governo em quantidade muito maior e com valor maior do que CartaCapital”. Ele lembrou ainda do boicote promovido pelo governo FHC. “Fomos literalmente perseguidos pela absoluta ausência de publicidade. Alguém, inclusive na mídia, se incomodou com isso?

A atitude da Dra Cureau é realmente muito estranha. Já que está tão interessada em averiguar a situação da mídia brasileira, bem que ela poderia pedir para abrir as contas da Editora Abril, do Grupo Folha, do Estadão ou das Organizações Globo. Já que basta o “pedido de um cidadão”, os participantes do “ato contra o golpismo midiático e em defesa da democracia”, organizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, deverão ingressar com pedidos para que vice-procuradora eleitoral investigue a publicidade e outras fontes financeiras dos grupos monopolistas da mídia.

Uma mãozinha para a vice-procuradora

Para agilizar seu trabalho, apresento alguns dados sobre a Editora Abril, que também edita uma revista, a Veja, e que “apóia o candidato José Serra e que, para tanto, recebe verbas do governo estadual”. O levantamento foi feito pelo blog NaMariaNews, uma excelente fonte de informação sobre os negócios do atual governo paulista na área de educação. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras. Veja algumas das mamatas:

- DO [Diário Oficial] de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Negócios de R$ 34,7 milhões

Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

Esta “comprinha” representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo. Como observou o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a Editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.

Outros grupos monopolistas beneficiados

Para que a Dra. Cureau não ache que é mania de perseguição contra a asquerosa Veja, também cito alguns dados do blog NaMariaNews sobre a compra de outras publicações. O DO de 12 de maio de 2009, por exemplo, informa que o governo Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo, que desde a ‘ditabranda’ viu desabar a sua credibilidade e perdeu assinantes. Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico O Estado de S.Paulo por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Globo, por R$ 1.190.061,60.

Ao invés de perseguir e tentar calar a CartaCapital, a Dra. Sandra Cureau poderia aproveitar seu tempo investigando os poderosos grupos midiáticos do Brasil. Nem daria tanto trabalho assim!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DEPOIS DE LULA ESPINAFRAR O PIG AGORA É A VEZ DA DILMA

LEMA DO PIG - PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA:

"a senhora Dilma Rousseff, não deve ser candidata à presidência, Candidata, não deve ser eleita, Eleita, não deve tomar posse, Empossada, devemos recorrer à revolução para impedi-la de governar..."

DEPOIS DE LULA:
AGORA É A VEZ DA DILMA COLOCAR O PIG NO SEU DEVIDO LUGAR!

Fonte: Carta Maior

A ESTRATÉGIA DA DESLEGITIMAÇÃO DO VOTO

O MODELO É O MESMO DE CARLOS LACERDA CONTRA VARGAS EM 1950: 'SE ELEITO, NÃO DEVE GOVERNAR'
na reta final das eleições de 2010, a mídia demotucana desistiu de manter as aparências e ressuscitou o golpismo udenista mais desabrido e virulento.

O arrastão conservador não disfarça a disposição de criar um clima de mar de lama no país nas duas semanas que separam a cidadania das urnas.

"Ódio e mentira", disse o Presidente Lula, no último sábado, em Campinas, para caracterizar a linha editorial que unifica agora o dispositivo midiático da direita e da extrema direita em luta aberta contra ele, contra o seu governo, contra o PT , contra Dilma mas, sobretudo, contra a legitimidade do apoio popular avassalador ao governo e a sua candidata nestas eleições.

O jornal o Globo foi buscar no sempre desfrutável Caetano Veloso o mote para a investida: "É como se fosse assim uma população hipnotizada. As pessoas não estão pensando com liberdade e clareza".

Ou seja, a vitória que se anuncia é ilegítima. Virtualmente derrotada a coalizão demotucana já não têm mais esperança eleitoral em Serra, que avalia como um 'estorvo', um erro e um fracasso --o mesmo "Caê", na entrevista ao jornal carioca, classifica o tucano como "burro", por não ter , desde o início, atacado frontalmente Lula. Sua candidatura, agora, sobrevive apenas como mula de um carregamento de forças, interesses, veículos e colunistas determinados a sabotar por antecipação o governo Dilma, custe o que custar. O objetivo é criar uma divisão radicalizada na sociedade brasileira. Vozes do conservadorismo, mesmo quando travestido de ares pop, caso de Caetano, inoculam na elite e segmentos da classe média um sentimento de menosprezo e ilegitimidade pelo veredito quase certo das urnas.

A audácia sem limite cogita, inclusive, levar Dilma a depor no Senado, às vésperas do pleito que deve consagrá-la Presidente do país. O desafio à vontade popular é claro e típico do arsenal golpista. A receita é a mesma pregada por Carlos Lacerda, em manchete do jornal Tribuna da Imprensa, em 1º de junho de 1950, quando era evidente a vitória de Getúlio Vargas contra a UDN. O lema de ontem comanda hoje a ordem unida que articula pautas, capas e manchetes nos últimos 12 dias de campanha: "o senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência, Candidato, não deve ser eleito, Eleito, não deve tomar posse, Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar..."

(Carta Maior apoia ato no Sind. dos Jornalistas, dia 23, contra o golpe; 20-09)

PIG – PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA PROMOVE O JORNALISMO DO BEBÊ-DIABO

Na reta final das eleição o PIG lança novo manual de redação baseado no clássico bebê-diabo.

O que importa é mentir e falar mal da Dilma, do Lula e do PT (e é claro, levar a eleição para o segundo turno):




Diz o manual:


1) Entreviste estelionatários ou bandidos: o que importa é pegar alguma fala bombástica ou denúncia falsa para colocar na manchete.

2) Entreviste um ex-presidente decadente que tenha inveja e ódio do atual governo, do PT e da Dilma e peça comparar lula com ditadores, isso dá manchete.

3) Procure qualquer documento ou fato que possa ser manipulado ou seja falsificado, não tem problema usar fichas falsas, ou documentos falsos, o importante é a manchete, depois de publicada a matéria cada um com seus problemas.

4) Use táticas de inverter números ou manipulá-los para criar algum escândalo.

5) Procure saber o passado da candidata, dos seus familiares e dos seus assessores e dos familiares dos assessores, provavelmente você vai encontrar alguém que possa ter feito alguma coisa errada no passado e isso dá manchete.

6) Aumente: quem conta um conto aumenta um ponto, nesse caso é necessário aumentar mais.

7) Pegue documentos oficiais e faça todo tipo de distorções, também deve-se omitir pontos positivos, lembre-se que o que nos interessa são os pontos negativos.

9) Se você conseguiu criar a manchete com a grave denúncia. Parabéns! Agora você deve requentá-la para que dure mais, pode ser um novo documento falso, pode ser um novo personagem de preferência algum estelionatório, etc.

10) Aumente sua rede de relacionamento e troque informações com jornalistas de outros veículos, porque assim a mentira irá repercutir mais.

11) Fale bem do Serra e suas realizações, peça para ele falar mal do governo, da candidata do PT, do Lula e do próprio PT e coloque nas manchetes.

12) Lembre-se que a mentira não precisa ser bem contada e não é necessário provas, o que importa é o estrago causado, derrubar ministros, diretores de empresas estatais. Dessa forma estaremos no caminho de levar José Serra para o segundo turno.

Assim funciona a mídia golpista!


O caso do sigilo fiscal, reedição da fraude do “bebê-diabo”

Fonte: Carta Maior

Em 1975, o diário paulista “Notícias Populares”, do grupo Folha, sustentou por quase 30 dias uma notícia forjada em torno de um tal “bebê-diabo”, que multiplicou a tiragem do jornal.

Quando o público começou a se cansar, o jornal anunciou a fuga do “bebê-diabo” – e encerrou o assunto.

O episódio atual em torno do sigilo fiscal repete o embuste, um clássico do jornalismo marrom, desta vez com a participação generalizada da mídia dominante.

Quando ficou claro que a sucessão de manchetes não estava arranhando o favoritismo da coligação petista, os jornalões mudaram de assunto, trocando-o por outro.

O artigo é de Hideyo Saito.

Hideyo Saito

A acusação de que o comitê de Dilma Rousseff teria violado o sigilo fiscal de um grupo de pessoas ligadas ao PSDB e a seu candidato presidencial, José Serra, saiu das manchetes coincidentemente depois de confirmado que não está arranhando o favoritismo da petista, após feroz campanha que ocupou as manchetes da mídia oligopólica durante mais de três semanas. Nesse período, o assunto foi martelado diariamente, com manchetes anunciando supostos “desdobramentos” do caso, que, entretanto, não trouxeram qualquer prova da ligação dos fatos alegados com a coligação petista. Em 2 de setembro, aliás, o corregedor eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Aldir Passarinho Junior, já havia arquivado uma representação demotucana, que pedia nada menos que a cassação da candidatura Dilma, justamente por falta de provas. Mesmo assim a campanha da mídia – em dobradinha com a propaganda eleitoral do candidato tucano – prosseguiu, imperturbável.



A maior evidência de que se tratava de um factóide eleitoral de péssima fatura é que não houve qualquer uso de informações fiscais das supostas vítimas na campanha de Dilma ou de seus aliados. Aliás, a denúncia ganharia alguma verossimilhança se essa candidata estivesse desesperada por causa de pesquisas eleitorais desfavoráveis. Outro importante detalhe é que, como já lembrado, os fatos apontados remontam a setembro de 2009, quando Serra se engalfinhava com seu companheiro de partido, Aécio Neves, na disputa pela candidatura tucana. Naqueles dias, surgiram falatórios sobre o jogo pesado que ambos os lados estavam protagonizando.

Mesmo a ilação, surgida a partir do episódio, de que a Receita Federal está “aparelhada” pelo PT dificilmente se encaixa com as denúncias. Ora, se isso é verdade por que o partido teria de apelar a um obscuro contador para solicitar, mediante uma procuração falsa, as informações desejadas? Recordemos que os operadores tucanos, quando manobraram para colocar a Previ a favor de Daniel Dantas na privatização das empresas de telecomunicações, não se valeram de recursos tão toscos. Tinham o controle do Banco do Brasil e dispensaram intermediários de baixo calibre (1). O fato é que o assunto subitamente saiu das manchetes, substituído por outro. O jornal eletrônico “Brasília Confidencial” de 10 de setembro, em editorial intitulado “Monstruosa armação”, registrou que a própria “Folha de S. Paulo”, na edição do dia imediatamente anterior, teve de desmentir as acusações. Diz o editorial: “A Folha confessa, em texto sem assinatura, produzido pela sucursal de Brasília: o comitê de Dilma não produziu um dossiê; apenas teve acesso a um dossiê feito pelo PT de São Paulo há cinco anos. Trata-se, na verdade, de uma papelada de cem páginas escrita pelo partido para solicitar que o Ministério Público e a Procuradoria da República investigassem possíveis irregularidades em privatizações tucanas, que poderiam ter beneficiado José Serra, sua filha e seu genro”. Mesmo assim, constata, “a Folha não se retrata: limita-se a noticiar ‘naturalmente’ que mentiu”. (2)


O leitor atento poderia legitimamente questionar esse sumiço repentino da notícia: afinal, não diziam que se tratava de um fato capaz de por em cheque até mesmo a democracia brasileira? A oposição, incluída aí toda a grande imprensa e seus jornalistas mais subservientes, gastou toneladas de papel para alardear uma ameaça de mexicanização e o avanço do totalitarismo no Brasil. É legítimo questionar como um assunto tão transcendental desaparece das manchetes de uma hora para outra. Mas foi exatamente assim, sem qualquer cerimônia, que o assunto ficou relegado às páginas internas.

O “bebê-diabo” que infernizou São Paulo

A mídia oligopólica, definitivamente, mandou às favas qualquer compromisso com a verdade, com a ética e com os mais comezinhos princípios do jornalismo. A sucessão diária de manchetes vazias desse caso lembra um lamentável precedente, clássico do jornalismo marrom, criado pelo hoje extinto jornal “Notícias Populares”, também do grupo Folha (ora, ora, eles têm tradição no ramo!). Trata-se da farsa anunciada em manchete da edição de 10 de maio de 1975: “Nasceu o diabo em São Paulo”. O jornalista Edward de Souza assinou involuntariamente a primeira matéria, que resultou de completa distorção do que havia sido efetivamente apurado na rua. O mais incrível é que a mentira foi sustentada durante quase um mês, em seguidas manchetes.

Tudo começou, segundo ele, quando o editor do jornal o escalou para averiguar um boato segundo o qual, em São Bernardo do Campo, havia nascido uma criança estranha, com chifres e até rabo. Os médicos do hospital esclareceram, entretanto, que se tratava apenas de um bebê com malformação, que apresentava “um prolongamento no cóccix e duas pequenas saliências na testa”. O problema foi eliminado por uma cirurgia simples realizada na própria maternidade. “Escrevi o relato – prossegue o jornalista – sem nenhum sensacionalismo, em texto de 30 linhas. No domingo pela manhã vi o jornal com a manchete forçada e a minha assinatura. Fiquei apavorado, temendo processo e demissão por justa causa.” (3)

O texto da notícia tinha trechos completamente inventados, como este, de abertura: “Durante um parto incrivelmente fantástico e cheio de mistérios, correria e pânico por parte de enfermeiros e médicos, uma senhora deu a luz num hospital de São Bernardo do Campo, a uma estranha criatura, com aparência sobrenatural, que tem todas as características do diabo, em carne e osso. O bebezinho, que já nasceu falando e ameaçou sua mãe de morte, tem o corpo totalmente cheio de pelos, dois chifres pontiagudos na cabeça e um rabo de aproximadamente cinco centímetros, além do olhar feroz, que causa medo e arrepios”.

O repórter conta que, longe de ser demitido, foi elogiado pelo presidente do grupo Folha, Octavio Frias de Oliveira, que o chamou a seu gabinete. Ele determinou ainda que a matéria deveria ter continuidade. Foram ao todo 27 “reportagens”, que ajudaram a elevar a tiragem do jornal de 80 mil para 200 mil exemplares diários, de acordo com Souza. Algumas das mirabolantes manchetes da série: “Bebê-diabo inferniza padre no ABC”; “Nós vimos o bebê-diabo”; “Feiticeiro irá ao ABC expulsar bebê-diabo”; “Viu bebê-diabo e ficou louca”; “Santo previu bebê-diabo”; “Fazendeiro é o pai do bebê-diabo” e “Bebê-diabo foge para o nordeste”.

O ponto alto foi alcançado no dia em que o jornal “informou” que o bebê-diabo tomou um taxi e assustou o motorista quando ordenou: “Toca para o inferno”. Mas assim que o assunto começou a cansar, o jornal anunciou a fuga do seu incrível personagem. E a notícia saiu das capas do jornal de uma hora para outra, como aconteceu com o caso do sigilo fiscal.

Ambas as fraudes são similares, pois visam em essência enganar o leitor. O objetivo do “Notícias Populares” foi meramente o de ganhar dinheiro com a mistificação, que foi então desdenhosamente ignorada pelo resto da imprensa. Já a tentativa de induzir em erro os leitores atuais, atribuindo (explícita ou implicitamente) a responsabilidade pelas quebras do sigilo fiscal à candidata Dilma Rousseff, foi encampada pelo conjunto da mídia dominante (dizem que com a isolada – e significativa – exceção dos grandes jornais de Belo Horizonte) por ideologia. A imprensa transformou-se em defensora de uma candidatura que representa melhor os seus interesses – mas o faz fraudulentamente, como se não fosse parte visceralmente interessada na disputa eleitoral. E a primeira vítima dessa postura, como sempre, é a verdade.

NOTAS

(1) Segundo gravações de conversas telefônicas dos responsáveis pelo caso, que vieram à tona na ocasião, cogitou-se até envolver o “chefe” (isto é, o então presidente FHC) na negociata.
(2) Brasília Confidencial. Monstruosa armação. Brasília, 10/09/2010. Ver no endereço http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=21097.
(3) O depoimento do jornalista foi retirado de http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=5903.