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sábado, 16 de outubro de 2010

NÃO PODEMOS DEMONIZAR MÔNICA SERRA!

Como disse, respeito a dor da mulher Mônica Serra.

Só não posso concordar com o seu desrespeito para com a mulher Dilma Rousseff.

Só não posso concordar com o seu desrespeito para com o povo brasileiro.

Só não posso concordar com sua adesão à campanha fascista de mentiras em que se jogou o seu marido Zé.

Solidarizo-me, sim, com a Mônica e com todas as mulheres que viveram situação semelhante à dela.

Não posso concordar, no entanto, com a visão simplista de quem quer que seja de que o aborto seja uma questão de polícia. Não é também uma questão de política partidária, mas de Política (com pê maiúsculo) pública de prevenção, orientação e proteção à mulher.

Por isso, publico abaixo o que a aluna de Mônica Serra escreveu em seu Facebook, de acordo com o Portal Terra, cujo link se encontra logo abaixo (esse mesmo portal tem uma boa entrevista com a moça).

Leiam. E ajudem a tirar a máscara fascista do Zé – que ele tem uma biografia que não merecia ser jogada nos braços dessa direita pitbull que ameaça o Brasil.

Não tenho medo do Zé – tenho medo, sim, dessa gente suja e nojenta que se juntou a ele, nessa campanha de difamação, de sacanagem, acobertada pelo PIG-Folhão-Estadão-Globão et caterva!

Porque isso é fascismo!



O que Sheila Ribeiro escreveu em seu Facebook


16 de outubro de 2010 • 09h02 • atualizado às 09h09

RESPEITEMOS A DOR DE MÔNICA SERRA

Meu nome é Sheila Ribeiro e trabalho como artista no Brasil. Sou bailarina e ex-estudante da Unicamp onde fui aluna de Mônica Serra.

Aqui venho deixar a minha indignação no posicionamento escorregadio de José Serra, que no debate de ontem, fazia perguntas com o intuito de fazer sua campanha na réplica, não dialogando em nenhum momento com a candidata Dilma Roussef.

Achei impressionante que o candidato Serra EVITA tocar no assunto da DESCRIMINALIZAÇÃO do aborto, evitando assim falar de saúde pública e de respeitar tantas mulheres, começando pela SUA PRÓPRIA MULHER. Sim, Mônica Serra já fez um aborto e sou solidária a sua dor.

Com todo respeito que devo a essa minha professora gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o aborto, sobre o seu aborto traumático. Mônica Serra fez um aborto. Na época da ditadura, grávida de 4 meses, Mônica Serra decidiu abortar, pois seu marido estava exilado e todos vivíamos uma situação instável. Aqui está a prova de que o aborto é uma situação terrível, triste, para a mulher e para o casal, e por isso não deve ser crime, pois tantas são as situações complexas que levam uma mulher a passar por essa situação difícil. Ninguém gosta de fazer um aborto, assim como o casal Serra imagino não ter gostado. A educação sobre a contracepção deve ser máxima para que evitemos essa dor para a mulher e para o estado.

Assim, repito a pergunta corajosa de minha presidente, Dilma Roussef, que enfrenta a saúde pública cara a cara com ela: se uma mulher chega em um hospital doente, por ter feito um aborto clandestino, o estado vai cuidar de sua saúde ou vai mandar prendê-la?

Nesse sentido, devemos prender Mônica Serra caso seu marido fosse eleito presidente?
Pelo Brasil solidário e transparente que quero, sem ameaças, sem desmerecimento da fala do outro, com diálogo e pelo respeito a dor calada de Mônica Serra.

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4738103-EI15311,00-O+que+Sheila+Ribeiro+escreveu+em+seu+Facebook.html

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